sábado, 9 de maio de 2009

O Estado de Necessidade - Até onde podemos ir?

Estive pensando sobre as necessidades presentes para os cristãos que não recebem os devidos cuidados de seus pastores católicos.

É de tal maneira gritante a necessidade que ora impera de vivermos na graça sacramental, que não mais podemos nos abster dos sacramentos por causa da igreja nova, dos riscos de profanação e até cumplicidade nos atos sacrílegos de sacerdotes e bispos romanos pós-conciliares. Coloco uma alternativa para pensarmos, que tal aproximarmo-nos da Igreja ortodoxa?

O que fazer quando a Igreja já não está presente em sua forma tradicionalmente católica, conforme legada pelos apóstolos, e assim, como bem a designou Monsenhor Lefebvre como sendo a OUTRA que não a Católica Apostólica, que se transformou numa sede onde tudo se administra, menos os sacramentos, onde tudo pode, menos a ortodoxia, onde tudo se admite?

E esta última chega dói, pois vem de um bispo Católico que é vice-presidente da CNBB, a prevaricadora (publicado no jornal do comércio de pernambuco em 01.05.09), que em entrevista, admitiu e incentivou o ingresso de homossexuais nos seminários se justificando da mais escandalosa torpeza com o santo celibato?

Foi na infeliz ocasião do encerramento da 47ª Assembléia Geral da CNBB que este bispo fez estas absurdas e contraditórias declarações. Será que desconhece as sagradas escrituras e a sagrada tradição em que mostra claramente a repugnância que Deus tem a ponto de nosso igreja considerar o homossexualismo como um dos 4 pecados que clamam ao Céu e pedem vingança a Deus?

São Pio X explica por que este pecado clama por vingança: "Diz-se que estes pecados pedem vingança a Deus porque o diz o Espírito Santo, e porque a sua malícia é tão grave e manifesta, que provoca o mesmo Deus a puni-los com os mais severos castigos."(Terceiro Catecismo Maior de São Pio X)

(Desviando um pouco o assunto, pois me irritei com tal declaração. Quero deixar uma mensagem aos homossexuais que se intitulam cristãos)

Este bispo, que nada sucede doutrinariamente aos apóstolos, disse que os homossexuais são filhos de Deus e que por isso devem impor as mãos e ordená-los desde que optem a viver no celibato. Vejam que grande ignorância. Filho adotivo de Deus são todos aqueles que foram regenerados pelas águas do santo batismo e que não se encontram em pecado mortal e servem a Deus obedecendo-Lhe em todos os seus mandamentos, amando-O sobre todas as coisas e que pertencem (via condicional) a única Igreja de Cristo Católica e Apostólica.

O Sacerdócio Santo e Imaculado de Cristo entregue nas mãos de satanás? Nunca!

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Homossexuais não ouseis aproximar-vos do sacerdócio santo e imaculado para nao cairdes na indignação de Nosso Senhor Jesus Cristo e de seus santos apóstolos. Se realmente tiverdes uma boa intenção guardai-a para vós somente, pois cabe ao sacerdote ser homem íntegro em virtudes, de forma a não ter vícios, principalmente a baixeza de atos contra naturais. Vivam em celibato e comportem-se como homens que sois! Não caiam, vós que se dizeis cristãos, nas amargas armadilhas de satanás que cumpre persuadí-los de que sua natureza é assim, que nascestes assim e que nunca mudarão. Sejam homens, porque Deus assim vos ordena! Vigiai sobre o comportamento mole de seus corpos enganados pelo vício, a fim de obterem a firmeza digna de um homem. Vigiai para que nada em vós seja afeminado. NADA!

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Voltando ao assunto...

Diante deste triste cenário eclesial, estive entristecido, não por aquela tristeza provinda do demônio da tristeza descrito pelos padres do deserto, mas sim pela ruína da cristandade, a ponto de me considerar em exílio.

O medonho fato de que padres tradicionais não são mais encontrados com facilidade, me trouxe a idéia de estender nossos pensamentos sobre os padres católicos ortodoxos que guardam a sagrada tradição intacta até os dias de hoje e que ainda lutam contra o progressismo e liberalismo e toda a influência nefasta que tenta os atingir por meio da RCC.

Segundo o padre ortodoxo da Igreja da Síria, João Paulo II assinou um acordo com o patriarca de Constantinopla autorizando os fiéis católicos romanos a participarem, em necessidade, de três sacramentos ortodoxos e os ortodoxos ficaram permitidos por seu patriarca de honra a também receberem estes sacramentos em nossas Igrejas. São eles: o sacramento da confissão, da eucaristia e da extrema unção.


Se temos nós tamanho objeto de amor para com Deus que é o santo sacrifício da missa, mesmo que em templos ortodoxos, porque então nos privar de tamanho favor dos céus? Pois vejam, a tradição ortodoxa preserva integralmente os sacramentos, da forma como lhes foram passados pelas mãos e ensinamentos dos apóstolos, suas mulheres nos templos usam véus em respeito ao Santo dos santos, os homens bem se trajam, os não batizados saem antes do santo sacrifício, porque o que é santo é para os santos e o mais simples: seus sacerdotes usam suas batinas com honra e dignidade.

Não considero aqui a possibilidade de migrar para a fé ortodoxa, não obstante haver nesta todas as características da verdadeira igreja de cristo, exceto o primado petrino, mas a considerar como mais uma saída para cumprirmos os preceitos divinos e recebermos suas graças através dos santos sacramentos.

Nunca em toda a história da Igreja precisamos apelar para os ortodoxos, pois recebíamos a sã doutrina dos nossos bispos. Mas, mesmo diante de divergências doutrinárias, não considero que devemos nos abster de tamanha graça.

Eu, felizmente, tenho na arquidiocese que estou atualmente um padre tradicional que ama com todas as forças a santa missa tradicional, que não abre mão de sua batina, dos paramentos sagrados, de sua homilia santa que exorta, ensina, condena, corrige. Fala da castidade, de vivermos nossa vida longe do pecado, não teme utilizar as correias, se necessário for, que cristo utilizou para expulsar os vendilhões do templo de Jerusalém (analogamente exemplificando).

Estive a procurar pessoalmente as dioceses e templos ortodoxos e os encontrei na cidade de Olinda. Mantive contato com um padre que me convidou para assistir o santo sacrifício rezado nos domingos e discutirmos, na presença de alguns seminaristas, a questão da apostasia dos tempos atuais e das investidas contra os templos ortodoxos dos pós-conciliares romanos (a outra). Infelizmente não pude ainda comparecer, mas pela seriedade do encontro e dos padres tenho grande desejo de ir.

Uma coisa nesta visita me chamou a atenção, o cuidado reservado para com o templo. O padre não permitiu que entrasse sem a presença dele no templo. Comparando com a nossa igreja, nem o padre encontramos e no templo presenciamos cada vez menos sacralidade. Se é que ainda conhecem este termo.

Espero colocar em pauta com alguns irmãos católicos essa necessidade e discutirmos a lícita forma de nos aproximarmos dos ortodoxos.

Sem mais para o momento.

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