sábado, 15 de junho de 2024

O Que é a Missa Tridentina?

 



A Missa Tridentina, também conhecida como Missa de São Pio V, é a forma do rito romano da Missa que foi celebrada de acordo com o Missal Romano promulgado pelo Papa Pio V em 1570, após o Concílio de Trento. Esta forma de celebração litúrgica permaneceu em uso até as reformas litúrgicas que seguiram o Concílio Vaticano II, na década de 1960. Embora tenha sido substituída pela Missa do Vaticano II (ou Novus Ordo), a Missa Tridentina ainda é celebrada em muitas comunidades católicas tradicionais.

Estrutura e Características

A Missa Tridentina é conhecida por sua língua litúrgica, o latim, e por sua estrutura detalhada e rigorosa. Ela é composta por várias partes fixas, como o Kyrie, o Gloria, o Credo, o Sanctus, e o Agnus Dei, além de leituras bíblicas e orações específicas. A celebração é marcada pela orientação do sacerdote voltado para o altar, simbolizando a orientação conjunta do clero e dos fiéis em direção a Deus.


A Importância da Missa Tridentina

Conexão com a Tradição

A Missa Tridentina representa uma conexão profunda com a tradição histórica da Igreja Católica. Celebrada por quase quatro séculos, ela é uma ponte entre os fiéis contemporâneos e as gerações passadas, refletindo a continuidade e a constância da fé católica.

Riqueza Litúrgica

A estrutura e as orações da Missa Tridentina são ricas em simbologia e teologia. Cada gesto, cada palavra, e cada silêncio possui um significado profundo, criado para elevar a mente e o coração dos fiéis a Deus. A Missa é vista como uma obra-prima da espiritualidade católica, onde a beleza e a reverência são centrais.


Antiguidade da Missa Tridentina

Origem e Desenvolvimento

Embora a Missa Tridentina tenha sido formalmente codificada no século XVI, suas raízes remontam aos primeiros séculos do Cristianismo. A liturgia romana começou a tomar forma durante os tempos apostólicos e foi desenvolvida ao longo dos séculos, incorporando tradições e práticas dos Padres da Igreja.

O Concílio de Trento

O Concílio de Trento (1545-1563) foi convocado em resposta à Reforma Protestante e teve um impacto significativo na liturgia da Igreja Católica. O Papa Pio V, em 1570, promulgou o Missal Romano, que consolidou e uniformizou a celebração da Missa em todo o mundo católico. Esta padronização ajudou a proteger a fé católica e a liturgia de inovações e abusos litúrgicos.


Benefícios Espirituais da Missa Tridentina

Profundidade Espiritual

A Missa Tridentina oferece uma profundidade espiritual única, convidando os fiéis a uma participação mais contemplativa e meditativa. A linguagem sacra do latim, a beleza do canto gregoriano, e a solenidade dos ritos ajudam os fiéis a se elevarem espiritualmente e a se concentrarem na presença real de Cristo na Eucaristia.

Sentido de Transcendência

A celebração da Missa Tridentina enfatiza a transcendência de Deus. O uso do latim, a orientação do sacerdote para o altar, e a riqueza dos rituais litúrgicos ajudam os fiéis a se conectarem com o mistério divino. Este sentido de transcendência é muitas vezes perdido em formas mais modernas de liturgia, mas é central para a experiência espiritual tradicional.

Comunhão com a Tradição

Participar da Missa Tridentina também é uma forma de comunhão com a tradição ininterrupta da Igreja. Esta forma de celebração conecta os fiéis atuais com os santos e mártires que participaram da mesma liturgia ao longo dos séculos. Este senso de continuidade proporciona uma fundação sólida para a fé e um sentimento de pertença a uma comunidade global e atemporal.


Alinhamento com a Teologia Católica: Lex Orandi, Lex Credendi

Princípio de Lex Orandi, Lex Credendi

O princípio de "lex orandi, lex credendi" (a lei da oração é a lei da fé) significa que a forma como rezamos reflete e molda o que acreditamos. A Missa Tridentina, com sua rica liturgia e teologia, é um exemplo claro deste princípio. Cada oração, gesto e rito está impregnado de doutrina católica e ajuda a formar e fortalecer a fé dos fiéis.

Expressão da Doutrina

A Missa Tridentina expressa claramente a doutrina católica, especialmente a respeito da Eucaristia como o sacrifício real e verdadeiro de Cristo. A linguagem e os ritos enfatizam a sacralidade do sacramento e a presença real de Cristo no altar. Esta clareza doutrinal é essencial para a formação correta da fé católica.

Catequese Litúrgica

A Missa Tridentina serve também como uma forma de catequese litúrgica. Os ritos, as orações, e as leituras proporcionam uma educação contínua na fé católica. Através da repetição e da solenidade, os fiéis são constantemente relembrados das verdades fundamentais da fé, promovendo uma compreensão mais profunda e uma vida espiritual mais rica.

Defesa da Fé

Durante tempos de crise e controvérsia, a Missa Tridentina tem sido um baluarte da fé católica. A sua estrutura sólida e sua teologia clara serviram como uma defesa contra heresias e inovações que ameaçavam a pureza da doutrina. Este papel defensivo continua a ser relevante nos dias de hoje, à medida que a Igreja enfrenta novos desafios e pressões culturais.

Deste modo, tem-se que a Missa Tridentina é uma expressão profunda e rica da fé católica, conectando os fiéis contemporâneos com séculos de tradição litúrgica. Sua importância reside na sua capacidade de elevar espiritualmente os fiéis, promover uma profunda reverência e adoração a Deus, e proteger a integridade da doutrina católica. Alinhada com o princípio de "lex orandi, lex credendi", a Missa Tridentina continua a ser uma pedra angular da vida espiritual para muitos católicos ao redor do mundo, oferecendo uma experiência de oração que reflete e fortalece a fé.


domingo, 17 de setembro de 2023

Devoção ao Rosário


DCCCXLIV #844 - 16 de setembro de 2023


O Rosário existe há séculos.
Nenhum santo que desaprovasse isso foi encontrado.


Em outubro do ano passado, estes “Comentários”, seguindo o exemplo de um padre da FSSPX na França, apresentaram uma visão geral das 13 Cartas Encíclicas escritas pelo Papa Leão XIII (1878-1903) entre 1883 e 1898 como um remédio para uma Igreja e um mundo afastando-se de Deus em direção ao século das duas guerras mundiais. Agora estamos no século XXI e as Encíclicas de Leão podem ser mais preciosas do que nunca, se lhes prestarmos atenção. Segue abaixo um breve resumo da Laetitiae Sanctae de 1893, na qual Leão mostra como os Mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos do Rosário nos iluminam, consolam e apoiam sucessivamente contra as misérias do nosso tempo. As considerações gerais de Leão podem abrir-se a muitas aplicações particulares na oração do Rosário.

Mistérios Alegres –

A sociedade moderna está ameaçada por um crescente desprezo pelos deveres e virtudes domésticas que constituem a beleza de uma vida humilde. A esta causa podemos atribuir, no lar, a disponibilidade dos filhos para se afastarem da obrigação natural de obediência aos pais, e a sua impaciência para com qualquer forma de tratamento que não seja do tipo indulgente e efeminado.

* Para males como estes procuremos remédio nos Mistérios Gozosos do Rosário. Posicionemo-nos diante dessa casa terrena e divina de santidade, a Casa de Nazaré. Aqui contemplamos simplicidade e pureza de conduta, respeito mútuo e amor – não do tipo falso e passageiro – mas aquele que encontra tanto a sua vida como o seu encanto na devoção do serviço.

Mistérios Dolorosos –

Uma segunda característica maligna do nosso tempo reside na repugnância ao sofrimento e na ânsia de escapar de tudo o que é difícil ou doloroso de suportar. A maior parte sonha com uma civilização fantástica na qual tudo o que é desagradável será removido e tudo o que é agradável será suprido. Por este desejo desenfreado de viver uma vida de prazer, as mentes dos homens são enfraquecidas e, se não sucumbirem totalmente, tornam-se desmoralizadas e afundam-se nas adversidades da batalha da vida.

* Um meio poderoso de renovar a nossa coragem será, sem dúvida, encontrado na reflexão sobre os Mistérios Dolorosos da vida de Nosso Senhor. Neles vemos Cristo dominado pela tristeza, de modo que gotas de sangue escorrem como suor de Suas veias. Nós o vemos dilacerado por flagelos, coroado de espinhos, pregado na cruz e condenado pela voz da multidão como merecedor de morte. Também aqui contemplamos a dor da Santíssima Mãe, cuja alma foi trespassada pela espada da dor. Testemunhando estes exemplos de fortaleza, quem não sentirá o coração aquecer-se com o desejo de imitá-los?

Mistérios Gloriosos –

O terceiro mal é aquele que é principalmente característico dos tempos em que vivemos. Os homens dos nossos dias perseguem os falsos bens deste mundo de tal forma que o pensamento da sua verdadeira Pátria não é apenas posto de lado, mas banido e totalmente apagado da memória. Homens de mente carnal, que nada amam além de si mesmos, perdem completamente de vista o mundo que está por vir e afundam nas profundezas da degradação.

* É deste perigo que serão alegremente resgatados aqueles que têm diante de si os Mistérios Gloriosos. Só aqui descobrimos a verdadeira relação entre o tempo e a eternidade, entre a nossa vida na terra e a nossa vida no céu; e é assim que se formam caracteres fortes e nobres.

Conclusão de LeãoEntão, em meio aos múltiplos males que assolam a sociedade moderna e pressionam nossas vidas, o Santo Rosário é como se fosse feito sob medida para nos iluminar, consolar e apoiar em nosso caminho para o Céu. Que Maria, Mãe de Deus e dos homens, ela mesma autora e mestra do Rosário, nos procure a sua feliz realização.

Kyrie eleison

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Comentários Eleison: Cenário Plausível


Número DCCXLI (741) – 25 de setembro de 2021


CENÁRIO PLAUSÍVEL


 As “vacinas” para covid são realmente uma grande ameaça?

Infelizmente, e elas podem ser ainda muito mais mortais!

Um frade americano chamado Irmão Alexis Bugnolo pinta um quadro dramático de nosso futuro próximo em um vídeo que muitos leitores já devem ter visto, mas do qual todos podem tirar bastante proveito, não porque tudo necessariamente acontecerá exatamente como ele prevê, mas porque algo do tipo deve acontecer, dadas as forças que já estão em jogo ao nosso redor. No século passado, os pecados da humanidade foram suficientes para “soltar os cães de guerra” em duas grandes guerras mundiais. Desde 1945 os cães de guerra latiram bastante, mas não morderam como em 1914-1918 ou em 1939-1945. No entanto, dos revolucionários anos sessenta em diante, a humanidade como um todo certamente pecou muito mais gravemente do que nunca, pela maneira como virou as costas para Deus. Portanto, quão mais pesado do que nunca deve ser o castigo da guerra? O Irmão Bugnolo dá-nos um vislumbre neste resumo adaptado de seu vídeo.

 Os fabricantes das diversas “vacinas” para covid conhecem a ciência e não são estúpidos; portanto, sabem perfeitamente bem que suas “vacinas” podem matar. De fato – encaremos a realidade –, elas foram projetadas para matar, se não imediatamente, pelo menos dentro de alguns anos, para que a humanidade ainda com vida passasse a ser muito mais fácil de escravizar e controlar. E a essa altura algo em torno de 40% da população mundial já recebeu pelo menos uma dose de uma "vacina" para covid. Um especialista de verdade (e não um fabricado pela grande mídia), o virologista francês e ganhador do Prêmio Nobel, Luc Montagnier, disse que a vacinação em massa contra o coronavírus era "impensável", e um erro histórico que está "criando as variantes" e provocando mortes pela doença. Ele afirma que variantes de vírus podem produzir-se naturalmente, mas neste momento é a vacinação artificial que está impulsionando o processo: “As novas variantes são uma produção, e resultam da ‘vacinação’. Vê-se isto em todos os países, é a mesma coisa – e em todos os países as mortes continuam após a ‘vacinação’”.

 Nos próximos dois anos corremos o risco de ver um grande número de mortes entre os vacinados, de modo que será melhor começarmos agora a preparar-nos espiritualmente para isso. Algumas pessoas ficarão impactadas pela magnitude das mortes – perderão a cabeça. Outras, agora crentes, também perderão sua fé. Perguntarão: "Onde está Deus?" e, "Por que Deus não impede tudo isso?". No entanto, quando um homem se joga de um penhasco, Deus é obrigado a suspender as leis da gravidade para evitar que ele morra? O homem optou pelo suicídio livremente. Deus normalmente não interferirá no uso que um homem fará do livre-arbítrio que Ele lhe dá. Na verdade, ao permitir o contrassenso da covid, Deus está atendendo ao desejo de morte suicida intrínseco a uma pós-cristandade que rejeita Cristo. Mesmo assim, qualquer pessoa com cérebro teve tempo suficiente para examinar a “fraudemia” e ver que era falsa. Como cristãos, somos obrigados a examinar tudo para ver se é verdade ou não, e aferrar-nos apenas ao que é bom (I Tes. V, 21). Se ignoramos isto e saímos correndo para tomar a injeção somente para podermos viajar, então estamos sendo idiotas e covardes, não estamos vivendo de acordo com a verdade.

 Assim, a falsa paz em que vivemos agora é como o verão de 1914, antes do estouro da Primeira Guerra Mundial. Ninguém fazia ideia de que nos três ou quatro anos seguintes cerca de 16 milhões de pessoas seriam mortas. Foi um verão em que as pessoas ainda desfrutavam das viagens pela Europa em paz. Na verdade, ao ver-se nesse momento quase todos os controles da covid desaparecendo, pelo menos no hemisfério norte, é como se nos estivessem dado este verão para enganar-nos. Eles querem que pensemos que não há nada de errado. Sabem que as mortes logo começarão a ocorrer como consequência das injeções. E, para aqueles de nós que não tomaram a injeção, ainda haverá sérios distúrbios nos campos da economia e da segurança nacional e local. Não haverá ambulâncias ou agentes funerários suficientes para levar os mortos, muitos desses funcionários terão tomado a injeção, e, portanto, poderão estar mortos. Como cristãos, teremos de dar um passo à frente e preencher a lacuna. Portanto, todos deveríamos comprar um traje de proteção contra materiais perigosos, já que é altamente provável que nos peçam para ajudar a carregar os mortos para o túmulo.

 Pode-se discordar do Irmão quanto ao traje de proteção contra materiais perigosos, mas não é tão fácil discordar de sua visão geral.

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Grande Reset?

 


DCCXXXIII #733                                     31 de julho de 2021

Grande Reset?

Caros leitores, rezem para que a verdade católica seja dita
Por muitos mais Arcebispos da Dobra de Deus.

Para o Festival de Filosofia realizado em Veneza há dois meses, o arcebispo Vigano escreveu outra de suas esplêndidas visões sobre os acontecimentos modernos, apresentando um ponto de vista verdadeiramente católico, como todos os religiosos deveriam estar apresentando, mas que pela loucura conciliar o grande número deles ainda está impedindo. À Igreja em sua angústia sem precedentes que se aproxima do fim do mundo (cf. Mt, XXIV), Deus certamente deixou de lado este Arcebispo como um farol de luz, para continuar dizendo a plenitude da Verdade de Deus que o resto de seus colegas têm sido mais ou menos sufocantes desde o encerramento do miserável Concílio Vaticano II há mais de meio século. Segue-se um resumo da carta do Arcebispo sobre "O Grande Reset: a Última Maior Mentira".

A falta de "bom senso" nos indivíduos tornou, em grande parte, possível este ataque contra Deus, contra a Igreja e contra a raça humana representada pelo Grande Reset. Irracionalidade, a abdicação da razão, a aniquilação do julgamento crítico e a negação de evidências são o verdadeiro vírus pandêmico do nosso tempo. Devemos renunciar à premissa reconfortante que nos diz que nossos líderes agem para o nosso bem. A realidade não é apenas diferente, mas diametralmente oposta ao que nos dizem.

Os trabalhadores do Grande Reset consideram que já escravizaram tanto as massas de pessoas que não precisam temer nenhuma revolta. Essas massas agora acreditam que sua salvação depende das vacinas, e logo colocarão as mãos para receber um chip sob a pele. E se a farsa da "pandemia" passar, o próximo engano está pronto: "mudança climática" imporá "transição ecológica" e "desenvolvimento sustentável".

Tais mentiras são a marca consistente dos arquitetos dos vários Grandes Resets ao longo dos últimos séculos – a Pseudo-Reforma Protestante, a Revolução Industrial, a Revolução Francesa, a Revolução Russa. as duas Guerras Mundiais, a Revolução de 1968, e a queda do Muro de Berlim. Nesta longa série de Grandes Resets organizada pela mesma elite de conspiradores, nem mesmo a Igreja Católica conseguiu escapar. Ela também, com o Vaticano II, viu uma maior compreensão da liturgia pelo povo dado como pretexto para destruir a missa apostólica, por cancelar a língua sagrada e profanar os ritos. Então este último Grande Reset pode ser rastreado de volta a todos os outros ataques que no curso da história tentaram anular o trabalho da Redenção e estabelecer a tirania do Anticristo. O que está acontecendo corresponde a um plano diabólico que ao longo dos séculos tem perseguido um único objetivo – a Nova Ordem Mundial. O passo final é o estabelecimento de uma regra conjunta na qual o comando é tomado por alguns tiranos sem rosto, eles mesmos entregues à adoração da morte e do pecado.

A Realeza de Cristo estava no caminho? O Vaticano II mudou-o para o fim do mundo, deixando a Igreja vítima do mesmo engano democrático no qual as sociedades civis haviam caído quase dois séculos antes, na Revolução Francesa. Ao reconhecer a legitimidade do erro e das falsas religiões, a Igreja destronou-se com as próprias mãos, reduzindo-se a ter que implorar pela aprovação dos poderosos mestres deste mundo, a cujas ordens ela apresentou.

Hoje, cada um de nós tem a possibilidade de escolher alinhar-se com Cristo ou contra Cristo. Comprometam-se com zelo renovado a Ele, para que a Coroa que Seus inimigos tenham arrancado dele possa ser restaurada a Aquele que é nosso Rei. Faça nosso Senhor reinar em suas almas e em todas as áreas da vida privada e pública. Somente onde Cristo reina há verdadeira paz e concordância: a paz de Cristo no reinado de Cristo.

Que Deus dê muito mais anos a este excelente pastor de almas, arcebispo Vigano.

Kyrie Eleison.



terça-feira, 1 de junho de 2021

Paul Aulagnier, R.I.P. -


Por el Padre Paul disfrutamos hoy de nuestra Fe –
Por su eterno descanso recemos todos.

Hace tres semanas murió en Francia un ex-sacerdote de la Fraternidad con el que todos tenemos una inmensa deuda, porque fue durante varios años un apoyo decisivo para Monseñor Lefebvre en la fundación y construcción de la Fraternidad de San Pío X. Creo que el P. Paul Aulagnier (1943–2021) nunca fue tan feliz como durante esos años, porque la doctrina del Arzobispo era tan fiel y su liderazgo era tan humano que el P. Aulagnier se sentía inspirado para actuar de manera profundamente católica, lo que ya no fue tan fácil para algunos de nosotros cuando el excepcional Arzobispo murió en 1991. De hecho, el P. Aulagnier se separó de la Fraternidad en 2003, y puede que después haya seguido sirviendo a la Tradición Católica de diversas formas, pero seguro que echaba de menos a su venerado y querido Arzobispo.

La vocación del P. Aulagnier comenzó en el prestigioso Seminario Francés de Roma, justo cuando éste estaba siendo sacudido hasta la médula, inmediatamente después del desastroso Concilio Vaticano II. Varios seminaristas huyeron en busca de refugio católico al Seminario que el Arzobispo intentaba montar en Friburgo, en Suiza, pero debido a los atormentados tiempos que corrían tuvo un comienzo difícil, y el Arzobispo después de un primer año estuvo a punto de abandonar. Aquí es donde los seminaristas Aulagnier y Tissier entraron en la historia de la Iglesia al persuadir conjuntamente al arzobispo para que perseverara. Llegaron entonces muchas más vocaciones, y el Seminario floreció a partir de entonces, por medio del cual en esos años oscuros el Arzobispo salvaría para mejores días la Tradición Católica: la doctrina, la misa, los sacramentos, el sacerdocio – ¿dónde estarían hoy si no hubiera existido Écône? Esta es la mayor deuda que tenemos con el padre Aulagnier y con monseñor Tissier.

Llegado al Arzobispado en 1969, fue ordenado sacerdote por él en 1971, y fue su mano derecha como Primer Asistente de la Congregación de 1973 a 1982 y como Superior de Distrito de Francia de 1976 a 1994, 18 años en los que viajó constantemente por toda Francia para construir con el Arzobispo la red de prioratos, colegios, conventos y otras obras, que han sido la base de la presencia e influencia de la Congregación en Francia hasta hoy. Aquí se diría que estuvo en su momento más feliz y fructífero, llevando el buen sentido y el buen humor a las almas en todas las direcciones.

El P. Aulagnier no hizó sólo recibir del arzobispo. En 1970 él le animó a fundar tanto el Seminario sacerdotal de Écône, como la Fraternidad, para enmarcar el apostolado de los sacerdotes que serían ordenados, pero que previsiblemente se les negaría cualquier estructura para su ministerio por parte de la Iglesia oficial en adelante entregada a la religión conciliar. Y así fue.

En 1976, cuando el arzobispo estaba en vísperas de la histórica ordenación de la primera e importante tanda de sacerdotes de Écône, llamó a la puerta del P. Aulagnier en un momento de vacilación antes de emprender finalmente esta acción decisiva, y fue el estímulo del P. Aulagnier lo que finalmente le decidió. De nuevo, ¿dónde estarían hoy el sacerdocio y la Iglesia si alguno de ellos dos hubiera vacilado?

Y a finales de mayo de 1988, cuando el Arzobispo reunió en el centro de Francia a un gran número de los principales defensores de la Tradición Católica, sacerdotes y Hermanas, para deliberar si debía seguir adelante en junio con la consagración de obispos por la Tradición sin el permiso oficial de Roma, las Hermanas se mostraron valientes al máximo, pero los sacerdotes aconsejaron casi todos el retraso, excepto el Padre Aulagnier, que dijo: “La filosofía y la teología de Roma ya no son católicas . . . . Tengo miedo del acuerdo que nos ofrecen . . . . Temo la astucia romana . . . corremos el riesgo de ser devorados por la Roma modernista”. Tenía razón entonces. Hoy sigue teniendo razón.

Querido P. Aulagnier, ¡inmenso agradecimiento! Que descanse en paz y que la suya sea una gran recompensa.

Kyrie eleison.

terça-feira, 11 de maio de 2021

Das Vestes Sagradas - Hudo de São Victor

 Hugo de São Victor
(1096-1141)

SERMÃO XIV: DAS VESTES SAGRADAS, POR OCASIÃO DE UM SÍNODO, OU DA FESTA DE SACERDOTES CONFESSORES
(Sermone Centum)

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“Revistam-se, ó Senhor, os teus sacerdotes de justiça”. Salmo 131, 9

É necessário, irmãos caríssimos, que nós que exercemos o sacerdócio na casa de Deus vivamos neste sacerdócio uma digna justiça e nos revistamos, neste ofício, com vestes honestas, ou melhor, que exerçamos as virtudes que são significadas por estas vestes. De que nos aproveitará, efetivamente, que nos ornamentemos com as vestes, se não nos ornamentarmos com as virtudes? Se víssemos um sacerdote celebrar a missa sem as vestimentas sacerdotais, sem alba, sem estola, sem insígnias sacerdotais, certamente isto nos admiraria muito e com grande horror detestaríamos semelhante ministro. Se, portanto, deve ser detestado quem se aproxima do altar sem as vestes adequadas, quão detestável e quão horrível não será quem presumir aproximar-se dele repleto de vícios e carecendo de virtudes? Tanto quanto difere qualquer prato da comida, tanta é a diferença entre o que significa e o significado. As vestes significam, as virtudes são significadas. As vestes ornamentam exteriormente diante do povo, as virtudes recomendam o ministro interiormente diante de Deus. Assim como, portanto, não ousamos aproximar-nos do altar sem as vestes, assim também não presumamos aproximar-nos sem virtudes.

Examinemos, portanto, quais são estas vestes, e quais são as virtudes por elas significadas. As vestimentas são a alba interior e a alba exterior; o amito sobre os ombros, que podemos chamar de super humeral; o cíngulo, a estola, o manípulo, a casula. Antes de tudo o mais o sacerdote deve depor suas vestimentas habituais, lavar as mãos e revestir-se de vestimentas brancas. Depor as vestimentas habituais significa a renúncia ao homem velho, a ablução das mãos significa a confissão dos crimes e a tomada das novas vestimentas a prática das virtudes. A alba interna é o interior, a externa o exterior. Aquela permanece oculta, esta é manifesta. Aquela se esconde, esta se revela. Por causa disto a interior significa a pureza do coração, a exterior a pureza do corpo. O super humeral, que é colocado sobre os ombros, onde costumam colocar-se os pesos, significa a paciência nos trabalhos presentes, que nos é necessária se quisermos ser verdadeiros sacerdotes. De onde que, dos que a perderam está escrito: “Ai dos que perderam a paciência”.Ecl. 2, 16. E o Senhor, louvando no Evangelho a paciência, diz: “Na vossa paciência possuireis as vossas almas”. Luc. 21, 19. Sustentemos, portanto, irmãos, tudo o que nos suceder de adverso, para que “assim como recebemos os bens da mão de Deus, assim também haveremos de receber os males”. Jó 2, 10.

O cíngulo, que circunda os rins e estreita as vestimentas para que não esvoacem, sugere a virtude da continência, que refreia o fluxo lascivo de nossa luxúria. A estola, que é colocada ao pescoço, designa o suave jugo do Senhor, do qual o Senhor nos diz no Evangelho: “O meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. Mat. 11, 30.

Segue-se-lhe o manípulo, que pende do braço esquerdo, que nada mais denota do sacramento, senão ser ali colocado como uma cautela, para que o sacerdote não faça nada em seu ministério sem cautela e com negligência, mas realize tudo com diligência, como alguém que está na presença de Deus e dos santos anjos. Significa, portanto, a cautela pela qual evitamos o que devemos evitar e fazemos o que devemos fazer. O ministro do Senhor, revestido e adornado com todas estas coisas, ainda não está apto para o ofício sacerdotal, nem presume cumpri-lo se não acrescentar e superpor a todas estas uma sétima, que é dita casula. Esta vestimenta é mais excelente que as demais e mais eminente do que todas. Que virtude diremos ser significada por ela, senão a caridade, da qual diz o Apóstolo: “Vou mostrar-vos um caminho ainda mais excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como um bronze que soa ou como um címbalo que tine” I Cor. 12, 31-13, 1.

Palavras que vossa fraternidade bem conhece. Ele, de quem era bem evidente possuir tantos dons espirituais e virtudes, diz, todavia, da caridade: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar os montes, ainda que distribuísse todos os meus bens e entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, nada me aproveitaria”.1 Cor. 13, 1-3.

Bem-aventurada virtude da caridade! E bem-aventurado será somente aquele que até o fim nela perseverar. Quem, portanto, com as demais virtudes possuir a caridade, este é sacerdote. E quem, ainda que possua as demais sem ela, sacerdote não é. Se queremos, portanto, e o devemos, ser verdadeiros sacerdotes, tenhamos a alba interior pela pureza do coração e a exterior pela pureza do corpo; o super humeral pela paciência, o cíngulo pela continência, a estola pela obediência, o manípulo pela cautela, a casula pela caridade fraterna. Armados com tudo isto, ofereçamos santa e religiosamente o holocausto ao Senhor e de nós será dito o que está escrito: “Vós sois gente eleita, sacerdócio real”. 1 Pe. 2, 9.

Tais foram os santos cuja solenidade hoje celebramos. Tais, irmãos caríssimos, procuremos ser, para que nos revistamos de justiça, e tornados com eles participantes dos méritos, mereçamos também tornar-nos sócios dos prêmios. Que pelos seus méritos e por sua intercessão aquele que vive e reina se digne vir em nosso auxílio.