terça-feira, 3 de dezembro de 2013

DO VESTIR

Rev. Pe. Quadrupani



1 — Podem-se estabelecer a este respeito quatro regras principais:
 1. O vestuário deve ser proporcionado ao nascimento hierárquico de cada um; 2. aos seus meios; 3. à idade em que cada um se acha ; 4. ao estado de viúvo, casado ou solteiro. Assim Santo Agostinho repreendeu uma mulher casada, que queria vestir-se de preto como se fosse uma religiosa.
2 — Os vestidos servem não só para indicar a condição da pessoa que os traz, como para observar a decência, e proteger-nos contra os rigores das estações. Seria pois um grande mal violar o pudor, com os mesmos meios que servem para o proteger; e seria grande culpa sofrer frio, que pode ser nocivo à saúde, seguindo as modas caprichosas e levianas, ou antes loucas e ridicularmente extravagantes, que jamais se poderão conciliar nem com a fé do cristão, nem com a razão do homem.

3 — O piedoso Thomaz More, falando numa ocasião a uma jovem senhora que expunha a sua saúde aos rigores do frio, com o único fim de se distinguir pela elegância de seus vestidos, dizia-lhe: Deus será injusto para conosco, se vos não condenar ao inferno, vendo-vos tão corajosa e intrépida em sofrer tantos incômodos só para agradar ao demônio e aos seus sectários.

4 — Há mártires da fé; também há mártires da vaidade. Desejamos sofrer? Que o sofrimento seja coordenado à gloria de Deus e salvação nossa, e não à perdição de nossas almas.