Eis aqui um
texto do Padre Jaime Tovar Patrón:
Esta
breve coleção de textos nos recorda a importância do uniforme sacerdotal, a
batina ou hábito talar.
Valha outro
tanto para o hábito religioso próprio das ordens e congregações. Em um mundo
secularizado, da parte dos consagrados não há melhor testemunho cristão que a
vestimenta sagrada nos sacerdotes e religiosos.
“SETE EXCELÊNCIAS DA BATINA”
“Atente-se como
o impacto da batina é grande ante a sociedade, que muitos regimes anticristãos
a têm proibido expressamente. Isto nos deve dizer algo. Como é possível que
agora, homens que se dizem de Igreja desprezem seu significado e se neguem a
usá-la?”
Hoje em dia são
poucas as ocasiões em que podemos admirar um sacerdote vestindo sua batina. O
uso da batina, uma tradição que remonta a tempos antiqüíssimos, tem sido
esquecido e às vezes até desprezado na Igreja pós-conciliar. Porém isto não
quer dizer que a batina perdeu sua utilidade, se não que a indisciplina e o
relaxamento dos costumes entre o clero em geral é uma triste realidade.
A batina foi
instituída pela Igreja pelo fim do século V com o propósito de dar aos seus
sacerdotes um modo de vestir sério, simples e austero. Recolhendo, guardando
esta tradição, o Código de Direito Canônico impõe o hábito eclesiástico a todos
os sacerdotes.
Contra o
ensinamento perene da Igreja está a opinião de círculos inimigos da Tradição
que tratam de nos fazer acreditar que o hábito não faz o monge, que o
sacerdócio se leva dentro, que o vestir é o de menos e que o sacerdote é o
mesmo de batina ou à paisana.
Sem dúvida a
experiência mostra o contrário, porque quando há mais de 1500 anos a Igreja
decidiu legislar sobre este assunto foi porque era e continua sendo importante,
já que ela não se preocupa com ninharias.
Em seguida
expomos sete excelências da batina condensadas de um escrito do ilustre Padre
Jaime Tovar Patrón
1ª RECORDAÇÃO
CONSTANTE DO SACERDOTE
Certamente que,
uma vez recebida a ordem sacerdotal, não se esquece facilmente. Porém um lembrete
nunca faz mal: algo visível, um símbolo constante, um despertador sem ruído, um
sinal ou bandeira. O que vai à paisana é um entre muitos, o que vai de batina,
não. É um sacerdote e ele é o primeiro persuadido. Não pode permanecer neutro,
o traje o denuncia. Ou se faz um mártir ou um traidor, se chega a tal ocasião.
O que não pode é ficar no anonimato, como um qualquer. E logo quando tanto se
fala de compromisso! Não há compromisso quando exteriormente nada diz do que se
é. Quando se despreza o uniforme, se despreza a categoria ou classe que este
representa.
2ª PRESENÇA
DO SOBRENATURAL NO MUNDO
Não resta dúvida
de que os símbolos nos rodeiam por todas as partes: sinais, bandeiras,
insígnias, uniformes… Um dos que mais influencia é o uniforme. Um policial, um
guardião, é necessário que atue, detenha, dê multas, etc. Sua simples presença
influi nos demais: conforta, dá segurança, irrita ou deixa nervoso, segundo
sejam as intenções e conduta dos cidadãos.
Uma batina
sempre suscita algo nos que nos rodeiam. Desperta o sentido do sobrenatural.
Não faz falta pregar, nem sequer abrir os lábios. Ao que está de bem com Deus
dá ânimo, ao que tem a consciência pesada avisa, ao que vive longe de Deus
produz arrependimento.
As relações da
alma com Deus não são exclusivas do templo. Muita, muitíssima gente não pisa na
Igreja. Para estas pessoas, que melhor maneira de lhes levar a mensagem de
Cristo do que deixar-lhes ver um sacerdote consagrado vestindo sua batina? Os
fiéis têm lamentado a dessacralização e seus devastadores efeitos. Os
modernistas clamam contra o suposto triunfalismo, tiram os hábitos, rechaçam a
coroa pontifícia, as tradições de sempre e depois se queixam de seminários
vazios; de falta de vocações. Apagam o fogo e se queixam de frio. Não há
dúvidas: o “desbatinamento” ou “desembatinação” leva à dessacralização.
O sacerdote o é
não só quando está no templo administrando os sacramentos, mas nas vinte e
quatro horas do dia. O sacerdócio não é uma profissão, com um horário marcado;
é uma vida, uma entrega total e sem reservas a Deus. O povo de Deus tem direito
a que o auxilie o sacerdote. Isto se facilita se podem reconhecer o sacerdote
entre as demais pessoas, se este leva um sinal externo. Aquele que deseja
trabalhar como sacerdote de Cristo deve poder ser identificado como tal para o
benefício dos fiéis e melhor desempenho de sua missão.
4ª SERVE PARA
PRESERVAR DE MUITOS PERIGOS
A quanta coisas
se atreveriam os clérigos e religiosos se não fosse pelo hábito! Esta advertência,
que era somente teórica quando a escrevia o exemplar religioso Pe. Eduardo F.
Regatillo, S.I., é hoje uma terrível realidade.
Primeiro, foram
coisas de pouca monta: entrar em bares, lugares de recreio, diversão, conviver
com os seculares, porém pouco a pouco se tem ido cada vez a mais.
Os modernistas querem nos fazer crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De tal modo, que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros.
Os modernistas querem nos fazer crer que a batina é um obstáculo para que a mensagem de Cristo entre no mundo. Porém, suprimindo-a, desapareceram as credenciais e a mesma mensagem. De tal modo, que já muitos pensam que o primeiro que se deve salvar é o mesmo sacerdote que se despojou da batina supostamente para salvar os outros.
Deve-se
reconhecer que a batina fortalece a vocação e diminui as ocasiões de pecar para
aquele que a veste e para os que o rodeiam. Dos milhares que abandonaram o
sacerdócio depois do Concílio Vaticano II, praticamente nenhum abandonou a
batina no dia anterior ao de ir embora: tinham-no feito muito antes.
5ª AJUDA
DESINTERESSADA AOS DEMAIS
O povo cristão
vê no sacerdote o homem de Deus, que não busca seu bem particular se não o de
seus paroquianos. O povo escancara as portas do coração para escutar o padre
que é o mesmo para o pobre e para o poderoso. As portas das repartições, dos
departamentos, dos escritórios, por mais altas que sejam, se abrem diante das
batinas e dos hábitos religiosos. Quem nega a uma monja o pão que pede para
seus pobres ou idosos? Tudo isto está tradicionalmente ligado a alguns hábitos.
Este prestígio da batina se tem acumulado à base de tempo, de sacrifícios, de
abnegação. E agora, se desprendem dela como se se tratasse de um estorvo?
6ª IMPÕE A
MODERAÇÃO NO VESTIR
A Igreja
preservou sempre seus sacerdotes do vício de aparentar mais do que se é e da
ostentação dando-lhes um hábito singelo em que não cabem os luxos. A batina é
de uma peça (desde o pescoço até os pés), de uma cor (preta) e de uma forma
(saco). Os arminhos e ornamentos ricos se deixam para o templo, pois essas
distinções não adornam a pessoa se não o ministro de Deus para que dê realce às
cerimônias sagradas da Igreja.
Porém,
vestindo-se à paisana, a vaidade persegue o sacerdote como a qualquer mortal:
as marcas, qualidades do pano, dos tecidos, cores, etc. Já não está todo
coberto e justificado pelo humilde hábito religioso. Ao se colocar no nível do
mundo, este o sacudirá, à mercê de seus gostos e caprichos. Haverá de ir com a
moda e sua voz já não se deixará ouvir como a do que clamava no deserto coberto
pela veste do profeta vestido com pêlos de camelo.
7ª EXEMPLO DE
OBEDIÊNCIA AO ESPÍRITO E LEGISLAÇÃO
Como alguém que
tem parte no Santo Sacerdócio de Cristo, o sacerdote deve ser exemplo da
humildade, da obediência e da abnegação do Salvador. A batina o ajuda a
praticar a pobreza, a humildade no vestiário, a obediência à disciplina da
Igreja e o desprezo das coisas do mundo. Vestindo a batina, dificilmente se
esquecerá o sacerdote de seu importante papel e sua missão sagrada ou
confundirá seu traje e sua vida com a do mundo.
Estas sete
excelências da batina poderão ser aumentadas com outras que venham à tua mente,
leitor. Porém, sejam quais forem, a batina sempre será o símbolo inconfundível
do sacerdócio, porque assim a Igreja, em sua imensa sabedoria, o dispôs e têm
dado maravilhosos frutos através dos séculos.
Fonte: Blog
Cristo Rei Nosso