segunda-feira, 18 de março de 2013

A METÁFORA DA GAIVOTA

"Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus" (São João 16, 2).

A METÁFORA DA GAIVOTA


por Giulia d'Amore di Ugento


Segundo blogs italianos (e me pareceu também), as aves que sobrevoavam a Basílica de São Pedro, durante o Conclave, não eram poéticas pombas – como querendo simbolizar a presença ou anuência ou alegria do Espírito Santo – mas... profanas gaivotas, da espécie “Larus argentatus”, uma referência à cor: prata. A mesma raiz de onde vem a palavra Argentina... O que, de uma forma ou de outra, tornaria as aves proféticas ou sobrenaturais.

Em busca de algo que desse significado a esta “profecia alada”, me deparei com o célebre livro de Richard Bach: “Fernão Capelo Gaivota”, de 1970, que a maioria de minha geração certamente leu, na adolescência. Certamente, em suas linhas quase que poéticas, inspirou a rebeldia aos pais, aos superiores, à ordem e à Tradição, em muitos de minha geração.

A “metáfora da gaivota” que exsurge do livro de Bach é a busca pela liberdade modernamente entendida, ou seja, a ruptura com Deus, a revolução. Misturando verdades com falácias, trata-se, enfim, da filosofia do “viver pelo viver”, seguindo os instintos e... o coração! Do romper com a tradição da sociedade em que se vivem vencendo o medo da mudança... E a força de vontade de vencer os “preconceitos estúpidos” e se rebelar à ordem preestabelecida... a Deus.

Em resumo... a liberdade religiosa, o relativismo, Bergoglio...

Não, senhores, não eram pombas brancas, auspício de uma renovação benéfica da Igreja, voltando à Tradição bimilenar que a manteve de pé nos últimos 2000 anos. Eram gaivotas, profanas e sombrias, a anunciar um novo tempo, de quebra definitiva com a Tradição, deixando para trás e a beleza de seus paramentos, a solenidade de suas celebrações, o sagrado, o Mistério.

Bergoglio não surgiu do nada. Não foi uma surpresa entre os cardeais. De tudo o que a mídia tem publicado nesses dias – verdades e mentiras – começa a tomar corpo a suspeita de que o Conclave não passou de uma mera formalidade, para dar validade à escolha feita bem antes e que redundou na renúncia de Bento XVI. As “forças” que lhe faltaram foram, certamente, as de promover logo as mudanças que agora Bergoglio fará. Sem temporizar, sem enrolação, sem demora e sem... cerimônias.

No próximo dia 19 de março – dia do Patrono da Igreja (sic!!!) – não veremos a coroação de um Monarca (coisa que Bergoglio simplesmente abomina e recusa), mas a posse do Presidente da Igreja Conciliar, fundada pelo Concílio Vaticano II, em total ruptura com a Tradição da Igreja Católica.

O primeiro discurso dele deixa bem claro que ele não se vê como “Papa da Igreja Católica”, mas como “Bispo de Roma” – enfatizou bem isso, inclusive chamando a Bento XVI de “Bispo” emérito. Enfatizou também que o Conclave se reuniu para isso, para “dar um Bispo a Roma”, unicamente. Para ele, é claro que a figura do Papa não tem mais razão de ser, assim como para os demais protestantes, que se reúnem em comunidades (paróquias) independentes, cada uma governando-se a seu bel prazer.

O deboche é o tom que o distingue. Seu primeiro discurso começou com uma piada, “só para descontrair”. E, desde então, tem demostrado isso em vários momentos:
- pagando a conta do hotel, como se isso fosse absolutamente necessário e não pudesse enviar, humildemente e em segredo (não saiba a mão direita o que a esquerda faz), um office-boy;
- visitando o túmulo de São Pio V e postando-se em pé diante dele... a rezar? Ou a debochar dele pelo que viria (e ainda virá) a fazer? A que título a visita? Qual a ligação entre eles? E ainda houve quem visse nisso um bom pressagio...;
- recusando-se a usar os paramentos sagrados (carnavalescos, segundo ele) e, sobretudo, os sapatos vermelhos. Humildade? Falaremos isso em seguida.
O Capitão Nascimento o chamaria de “um fanfarrão”. Infelizmente, este não vai pedir para sair. Veio para ficar. Tem uma tarefa a cumprir e, não se enganem, a cumprirá.

Sobre as acusações de ligações com a ditadura argentina, de dizer que eu abomino comunistas, e algumas “perdas” são ossos do ofício, para ambos os lados. O que “pega” com Bergoglio é que não se tratou de convicção religiosa (ou política, no caso dele), mas de banal e prosaico oportunismo. Eu, particularmente, desconfio de todos os políticos e religiosos de esquerda que “sobreviveram” à ditadura, tanto argentina quanto brasileira. É muito conveniente. 

Enfim, sobre a humildade franciscana de Bergoglio.

Recusar-se a usar o que é práxis na Igreja para um Papa, fruto da História e da mensagem da Igreja não é HUMILDADE, mas ARROGÂNCIA.

Uma arrogância evidenciada, sobretudo, quando se descobre que, ao invés de usar “os paramentos dos quais está abarrotada a sacristia de São Pedro (e que, portanto, não custariam nada). Preferiu encomendar — e pagar caro, consequentemente — um set [conjunto] de novas casulas para si e para a multidão daqueles que concelebrarão”. (Fratres In Unum). 
Também se recusa a usar “a cruz peitoral de ouro (que já está lá, e não custaria um centavo)” – (idem) – para usar a dele, de Cardeal, presumo...

CARNAVAL? 

AQUI?

OU AQUI? 

 

SABEDORIA DAS ESCRITURAS E DE SANTOS:

"Alguns Papas, Deus nos dá. A alguns, Ele tolera. Outros, nos inflige". São Vicente de Lerins

"Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus". (São João 16, 2)

“Jamais se vence o erro sacrificando-se qualquer direito da verdade.” Santo Irineu

"Não se opor ao erro é aprová-lo e não defender a verdade é suprimi-la; com efeito, não denunciar o erro daqueles que praticam o pecado quando o podemos fazer não é pecado menor do que apoiá-los". (I Epístola do Papa São Félix III ao Bispo Acácio, de Constantinopla, de 483.)

“Tanto quanto está autorizado a resistir a um Papa que comete uma agressão física, do mesmo modo é permitido resistir-lhe, se faz mal às almas ou perturba a sociedade e, com mais forte razão, se procurasse destruir a Igreja. É permitido, digo,  opor-se a ele não cumprindo as suas ordens e impedindo que a sua vontade seja realizada. Não é lícito, contudo, julgá-lo, impor-lhe uma punição, nem o depor, pois estes são atos próprios a um superior” (São Roberto Bellarmino, De Romano Pontifice, livro II, capítulo 29)

"A obediência cega não é católica; ninguém está isento da responsabilidade por ter obedecido aos homens mais que a Deus, aceitando ordens duma autoridade superior, seja ela do Papa, se se revelam contrárias à vontade de Deus tal como a Tradição no-la faz conhecer com certeza. Não se poderia considerar uma tal eventualidade, certamente, quando o Papa compromete sua infalibilidade, mas ele não o faz senão num número reduzido de casos. É um erro pensar que toda a palavra saída da boca do Papa é infalível." (Monsenhor Marcel Lefebvre, Carta Aberta aos Católicos Perplexos, capítulo 21).

“No dia do juízo, Deus nos perguntará se temos sido fiéis e não se temos obedecido às autoridades infiéis. A obediência é uma virtude relativa à Verdade e ao Bem. Não é uma virtude, mas um vício, se ela se submete ao erro e ao mal”. (Mons. Lefebvre, carta de 9 de agosto de 1986).

"A Igreja romana nunca errou, e segundo o testemunho das Escrituras nunca cairá no erro." - Papa São Gregório VII - COMO PODEM ESTAR ERRADOS 265 PAPAS ANTES DELE? NÃO PODE HAVER DUAS VERDADES... OU É VERDADE O QUE FAZIAM OS PAPAS ANTES DELE... OU É VERDADE A "OPINIÃO" DELE...

 
“O mundo passa, mas quem cumpre a vontade de Deus permanece para sempre” (I Jo 2, 17)