sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Da Misericórdia de Deus

3ª feira da 21ª Semana depois de Pentecostes



Misericordia domini plena est terra – “Da misericórdia do Senhor é cheia a terra” (Sl 32, 5)
Sumário. A bondade é por sua natureza inclinada a comunicar seus bens a outros. Por isso é que Deus, a bondade essencial, tem um extremo desejo de comunicar a sua felicidade, e a sua natureza não o inclina a punir, mas a usar de misericórdia. Esta o fez descer do céu à terra, levar uma vida penosa e, afinal, morrer por nós sobre uma cruz. Não pensemos, pois, que Jesus Cristo nos faça esperar o perdão muito tempo, depois do pecado; contanto que estejamos resolvidos a não o tornarmos a ofender.

I. A bondade é essencialmente comunicativa, isto é, tende a comunicar seus bens também a outros. Ora, Deus, que de natureza é a bondade infinita, tem um desejo extremo de nos comunicar a sua felicidade. Por isso, não deseja castigar, mas usar de misericórdia para com todos. O castigar, diz Isaías, é uma obra alheia da natureza de Deus, e se manda algum castigo, fá-lo, por assim dizer, contra sua vontade, e como que coagido pela impiedade: Irascetur, ut faciat opus suum, alienum opus eius, ut operetur opus suum; peregrinum est opus eius ab eo (1).

E Davi dizia:

“Ó Deus, desamparaste-nos, e destruíste-nos: tu te iraste, e tiveste piedade de nós. Mostraste ao teu povo coisas duras; deste-nos a beber o vinho de compunção. Deste aos que te temem um sinal, para que fugissem da face do arco.” (2)
Como se dissesse: O Senhor se mostrou irado, para que venhamos à resipiscência e detestemos os pecados. Se nos manda algum castigo, é porque nos ama, e, usando de misericórdia na vida presente, nos quer livrar do castigo eterno. — Numa palavra, o Senhor constitui a sua glória em usar de misericórdia e em perdoar aos pecadores: Exaltabitur parcens vobis (3), pois, como diz a Santa Igreja, desta maneira Deus se compraz em manifestar a sua onipotência: Omnipotentiam tuam parcendo maxime et miserando manifestas (4).

Foi esta grande misericórdia que o levou a enviar à terra seu próprio Filho, para se fazer homem, levar trinta e três anos uma vida penosa e finalmente morrer sobre uma cruz, afim de nos livrar da morte eterna: Proprio Filio suo non pepercit, sed pro nobis omnibus tradidit illum (5) — “Não poupou a seu Filho, mas entregou-O por todos nós”.

— Pela mesma razão cantou São Zacharias:

“Pelas entranhas de misericórdia do nosso Deus, com que nos visitou o Sol nascente do alto.” (6)

Por estas palavras, entranhas de misericórdia, entende-se uma misericórdia que procede do íntimo do coração de Deus, porquanto preferiu ver morto seu Filho feito homem a ver-nos perdidos.

II. Não penses, meu irmão, que Deus te fará esperar muito tempo pelo perdão. Apenas desejes o perdão, já Ele estará pronto a dar-to. Não é preciso chorar muito; logo à primeira lágrima derramada pela dor de teus pecados, Deus terá misericórdia de ti: Ad vocem clamores tui, statim ut audierit, respondebit tibi (7) — “Logo que ouvir a voz de teu clamor, te responderá”. O Senhor não age para conosco como nós agimos para com Ele: Deus nos convida e nós nos fazemos de surdos. Não assim Deus: statim ut audierit — logo que nos ouvir dizer: Perdão, meu Deus —, responder-nos-á e concederá o perdão.

Meu amado Redentor, prostrado aos vossos pés, agradeço-Vos não me haverdes abandonado depois de tantos pecados. Quantos dos que Vos ofenderam menos que eu não terão as luzes com que agora me iluminais! Vejo que me quereis salvo e eu quero salvar-me principalmente para Vos agradar. Quero ir ao céu para cantar eternamente as misericórdias que tendes tido comigo. Tenho confiança que já me perdoastes; mas, se por ventura ainda estivesse em vossa desgraça, por não ter sabido arrepender-me devidamente das ofensas que Vos fiz, agora me arrependo de toda a minha alma e detesto-as sobre todos os outros males. † Meus Jesus, misericórdia!

Perdoai-me, por piedade, e aumentai cada vez mais em mim a dor de Vos ter ofendido, meu Deus, que sois tão bom. Dai-me dor, dai-me amor. Amo-Vos, † Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas; mas amo-Vos muito pouco. Quero amar-Vos muito; e este amor eu Vô-lo peço e de Vós espero. Atendei-me, meu Jesus; prometestes atender a quem Vos roga. — Ó Mãe de Deus, Maria, todos me dizem que não deixais sem consolo o que a vós se recomenda. Ó vós, que depois de Jesus sois minha esperança, a vós recorro e em vós confio; recomendai-me a vosso Filho e salvai-me.

Referências:

(1) Is 28, 21
(2) Sl 59, 3-6
(3) Is 30, 18
(4) Miss. Rom.
(5) Rm 8, 32
(6) Lc 1, 78
(7) Is 30, 19



Da solidão do coração

2ª feira da 21ª Semana depois de Pentecostes



Ecce elongavi fugiens, et mansi in solitudine – “Eis que me afastei fugindo e permaneci na solidão” (Sl 54, 8)

Sumário. A solidão do coração consiste em só a Deus consagrarmos o nosso amor. Vê-se, portanto, que para esta solidão não se precisa de desertos nem de grutas. Os que por obrigação têm de tratar com o mundo, desde que tenham o coração livre de apegos terrestres, podem gozá-la no meio das ruas e das praças. Numa palavra, nenhuma das ocupações que têm por fim o cumprimento da vontade divina impede a solidão do coração. Devemos, por isso, elevar muitas vezes o nosso espírito a Deus, para o que serve o uso frequente das orações jaculatórias.

I. A solidão favorece muito o recolhimento de espírito. Observa, porém, São Gregório que pouco ou nada serve estar com o corpo num lugar deserto e ficar com o coração cheio de pensamentos e afetos mundanos. Para que uma alma pertença toda a Deus, duas coisas são precisas: primeira, desapegar o afeto de todas as criaturas, segunda, consagrar todo o amor a Deus, e é nestas duas coisas que consiste a solidade do coração. 

Em primeiro lugar, portanto, é preciso desapegar o coração de todo o afeto terrestre. Dizia São Francisco de Sales:  “Se eu soubesse que em meu coração havia uma fibra que não fosse de Deus, quisera logo arrancá-la”. 

Enquanto se não limpar e purificar o coração de todo o afeto terrestre, não pode nele entrar o amor de Deus para o possuir todo. Pelo seu amor Deus quer reinar em nosso coração, mas quer reinar ali sozinho. Não admite rivais que lhe roubem parte do afeto, que ele com justiça exige todo para si. — Certas almas queixam-se de que em todos os seus exercícios de devoção não acham Deus e não sabem que meios devam empregar para o acharem. Santa Teresa, porém, ensina-lhes o meio acertado, dizendo: “Desapega teu coração de todas as criaturas, busca Deus e achá-lo-ás.”

Para se separarem das criaturas e tratar somente com Deus, muitos não podem retirar-se para os desertos, conforme talvez quisessem. Compreendamos bem, que para gozarmos da solidão do coração, não são precisos desertos. Os que se virem obrigados a tratar com o mundo, desde que tenham o coração livre de apegos ao mundo, poderão possuir a solidão do coração e estar unidos com Deus até no meio das ruas, das praças e dos tribunais. — É necessário, todavia que o espírito se eleve muitas vezes a Deus, para o que serve o uso frequente das orações jaculatórias. A respeito destas, escreve São Francisco de Sales que suprem a falta de todas as outras orações, mas que todas as outras orações não podem suprir a falta das jaculatórias.

II. Vacate et videte, quoniam ego sum Deus (1) — “Cessai e vede que eu sou Deus”. Para que obtenhamos a luz divina que nos faça conhecer a bondade de Deus, mister é que nos desfaçamos de todos os apegos terrestres. Como um vaso de cristal, repleto de areia, não deixa passar os raios do sol, assim tampouco pode um coração apegado ao dinheiro, às dignidades terrestres, aos prazeres sensuais, receber em si a luz divina; e não conhecendo a Deus, não o ama. Qualquer que seja o estado de vida, deve cada um, afim de que as criaturas não o distraiam, aplicar-se a cumprir exatamente os seus deveres; mas pelo mais faça como se no mundo houvesse somente ele e Deus.

Devemo-nos desapegar de tudo e particularmente de nós mesmos, contrariando sempre o nosso amor próprio. Por exemplo: agrada-nos tal objeto, desfaçamo-nos dele exatamente por que nos agrada. Alguma pessoa nos ofendeu; devemos fazer-lhe bem, exatamente porque nos ofendeu. Numa palavra, devemos querer o que Deus quer, e não querer o que Deus não quer, sem preferência por esta ou tal outra coisa, enquanto não soubermos ser vontade de Deus que a desejemos. 

— Se alguma criatura quiser entrar para tomar posse de nosso coração, devemos logo recusar-lhe a entrada, e, dirigindo-nos ao nosso soberano Bem, dizer-lhe: Quid mihi est in coelo, et a te quid volui super terram (2) — “Que tenho eu no céu? E fora de ti que desejarei eu sobre a terra?” 

Não, meu Jesus, não quero que as criaturas tenham parte em meu coração; Vós deveis ser seu único Senhor e possui-lo todo. Procure quem quiser as delicias e as grandezas desta terra; na vida presente e na futura sereis Vós a minha única riqueza, o meu único bem, o meu único amor. E já que me amais, como vejo pelas provas que me dais, ajudai-me a desapegar-me de tudo que me possa afastar do vosso amor. Fazei com que minha alma se ocupe toda em Vos agradar, a Vós que sois o objeto único de todos os meus afetos. Tomai posse do meu coração todo inteiro; possuí e governai-me todo e fazei-me pronto a executar em tudo a vossa vontade.

— Ó Mãe de Deus, Maria, em Vós confio; as vossas orações me devem fazer pertencer todo a Jesus.

Referências: 

(1) Sb 8, 1
(2) Eclo 31, 2

O Filho do Régulo e a Utilidade das Doenças

Domingo da 21ª Semana depois de Pentecostes



Credidit ipse et domus eius tota – “Creu ele e toda a sua família” (Jo 4, 53)


Sumário. Em nossas tribulações não nos é proibido pedirmos a Deus que nos livre delas; mas é necessário que nos conformemos com a sua vontade. Estejamos certos de que Deus não nos envia as cruzes para nossa perdição, mas para nossa salvação e para nos comunicar as suas graças. Vede o bom régulo de quem nos fala o Evangelho. Talvez nunca tivesse pensado em ser discípulo de Jesus Cristo; mas o Senhor atraiu-o a si por meio da enfermidade do filho, e comunica-lhe, a ele e a toda a família, o mais precioso de seus dons, a fé. 
I. Refere São João que, tendo certo régulo vindo pedir a Jesus Cristo que quisesse acompanhá-lo até a casa dele para lhe curar um filho moribundo, o Senhor lhe respondeu: Vai, teu filho está vivo. O régulo creu nesta palavra, e, voltando à casa, soube pelos seus criados que a febre deixara o filho na mesma ora em que Jesus dissera: Teu filho está vivo. Pelo que creu ele e toda a sua família: Credidit ipse et domus eius tota.

Em primeiro lugar, Deus no-las envia afim de que nos emendemos de alguma falta; porquanto, na palavra de São Jerônimo, “assim como as coisas materiais são lavadas com sabão, assim as almas se purificam por meio das enfermidades e tribulações”. — Deus no-las envia também para nos consolidar mais na virtude. Por esse meio nos faz, por assim dizer, tocar com a mão a nossa fraqueza, esclarece-nos acerca da nossa vaidade e desapega-nos das coisas terrestres. — Mas, o que é mais importante, as enfermidades, ao passo que diminuem as forças do corpo, reprimem os apetites de nosso maior inimigo, a carne; ao mesmo tempo que nos recordam que a terra é para nós um lugar de desterro, fazem-nos levar uma vida digna de um cristão e estar preparados para a passagem à eternidade. Por isso é que o Eclesiástico disse: Infirmitas gravis sobriam facit animam (2) – “Uma grave enfermidade faz a alma sóbria”.

Admiremos neste trecho do Evangelho uma disposição amorosa da divina Providência, que “toca de uma extremidade à outra e dispõe todas as coisas com suavidade” (1). Aquele bom régulo talvez nunca tivesse pensado em fazer-se discípulo de Jesus Cristo; mas o Senhor atraiu-o a si por meio da doença do filho e comunica-lhe, bem com à toda a família, o mais precioso dos seus dons, que é o da fé. — É o que Deus quer fazer também a nosso respeito, quando nos envia tribulações e, em particular, a enfermidade.

Não te é proibido rogar a Deus, como o régulo do Evangelho, que te alivie os sofrimentos. Se, porém, aprouver a Deus deixar-te na tribulação, dize então o que Jesus Cristo, muito mais aflito do que tu, não deixava de dizer no Horto: “Pai meu, se não pode passar este cálice sem que eu beba, faça-se a tua vontade” — Fiat voluntas tua (4). Entretanto, consolemo-nos com a esperança do paraíso, que é um bem tão grande, que, para o ganharmos, todo o trabalho é leve. “Eu tenho por certo”, diz o Apóstolo, “que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que se manifestará em nós (5). A tribulação que nos vem no presente, momentânea e leve, produz em nós, de modo incomparável e maravilhoso, um peso eterno de glória.” (6)

II. Tenhamos a persuasão de que Deus não nos envia as cruzes para nossa perdição, mas para nossa salvação. Quando, pois, o Senhor nos visita por alguma doença ou outra aflição, examinemos logo a nossa consciência e reconheçamos que temos merecido essa cruz, e, mais ainda, humilhemo-nos em sua presença e digamos com o bom ladrão: Digna factis recipimus (3) — “Recebemos o que merecemos pelas nossas obras”. — Entretanto, sem esperarmos que outros no-lo digam, aproximemo-nos espontaneamente dos santos sacramentos, lembrados do que nos diz o Espírito Santo: Nas doenças deve-se, antes de mais nada, recorrer ao médico da alma, afim de que nos livre da doença (4).

Meu Jesus, agradeço-Vos as luzes com que me iluminais agora. Arrependo-me, sobre todo o mal, de Vos ter ofendido, e proponho de hoje por diante conformar-me sempre com a vossa vontade santíssima.

— “Dignai-Vos, Senhor, conceder-me benignamente, com o perdão dos pecados, a paz da consciência; para que, limpo de toda a culpa, Vos sirva com a confiança alegre e firme” (7), nos dias de vida que ainda me restam.

† Doce coração de Maria, sede minha salvação.

Referências:
(1) Sb 8, 1
(2) Eclo 31, 2
(8) Or. Dom
(3) Lc 23, 41
(4) Eclo 38, 9
(5) Mt 26, 42
(7) 2 Cor 4, 17
(6) Rm 8, 18

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Oración Urgente


Mgr. Williamson

El mundo hoy puede hacer a un santo desesperar-
Pero un medio santo conoce como volverse a orar.

Cuando el Titanic comenzó a hundirse en 1912, es bien sabido que los primeros botes salvavidas a ser lanzados no estaban llenos según su capacidad porque todavía no había suficientes pasajeros que tomaran seriamente la condición condenada del barco afectado. Pero a medida que la plena verdad se volvió ampliamente conocida, así el resto de los botes salvavidas tenían cada uno más personas que las suficientes queriendo abordar. Ahora, el hundimiento del Titanic fue un espejo de Dios mostrando al mundo moderno donde está, pero de ninguna manera todas las personas vivas hoy creen eso, y así los botes salvavidas de la Tradición Católica están siendo vaciados más que llenados. Ni con mucho suficientes almas captan aún la verdad plena de nuestra condición condenada como para estar haciendo lo que ellas necesitan estar haciendo – orar urgentemente.

He aquí como un amigo de Suiza lo pone: “En nuestro país como en otras partes, hasta la última traza de Catolicismo está desapareciendo y el (otrora muy Católico cantón del) Valais no es la excepción. Todo necesita empezar de nuevo, mientras que los enemigos de la Verdad son más numerosos cada día”. ¿Puede alguien decir que esta descripción no encaja en su propia parte del mundo? ¡Ciertamente vale para Inglaterra! En una encuesta realizada a 1,595 adultos ingleses el 18 y 19 de diciembre, solamente 28% creen en Dios mientras que 38% son ateos positivos. Hace poco menos de dos años estas cifras eran de 32% los creyentes, 33% los ateos. Es evidente que los incrédulos están avanzando considerablemente. ¡Pobre Inglaterra!

Pero, ¿por qué es tan importante creer en Dios? Santo Tomás de Aquino explica en su Tratado sobre los Ángeles: así como toda la Creación procede de Dios por un desbordamiento de su bondad, así esa bondad en las creaturas busca volver a la Suprema Bondad del Creador, cada una a su propia manera: vegetales y minerales por una inclinación natural, animales por una inclinación sensorial, hombres y ángeles más perfectamente por una inclinación intelectual de la mente y libre albedrío (1a, 59, 1). Así los seres humanos vienen de Dios para volver a Él por el correcto uso de sus mentes, siendo “inexcusables”, según dice San Pablo, si pretenden que no pueden reconocer a Dios en Su Creación (Rom. I, 20) y por el correcto uso de su libre albedrío para elegirlo a Él en lugar de rechazarlo. Por desgracia, las atracciones sensuales alejan de Dios a la mayoría de los hombres (1a, 63, 9 ad 1).

Sin embargo, ser arrastrados lejos de Él no es para lo que Dios destinó al hombre. Cada hombre que Él creó, lo hizo para el Cielo (I Tim. II,4) y a todos los hombres Él les da la gracia suficiente como para que ellos lo conozcan y lo amen y así lleguen al Cielo. El Cielo es, por consiguiente, para lo que cada hombre es, sea o no que acepte el hecho, y si lo rechaza, está encegueciéndose a sí mismo y no puede tener entendimiento de lo que se trata la vida. Se seguiría que todos estos hombres que son líderes en cualquier dominio son en última instancia ciegos liderando a ciegos, mientras que los seguidores son ciegos siguiendo a ciegos. “Yo soy la Luz del Mundo”, dice Nuestro Señor Jesucristo, “el que me siga, no andará en tinieblas, sino que tendrá la luz de la vida” (Juan VIII, 12).

Entonces, quien rechaza seguir a Dios, ni que decir a Jesucristo y a Su Iglesia Católica, camina en la oscuridad, y la obstinada preferencia hoy de los “Occidentales” globales por más y más oscuridad está preparando un terrible Castigo comparable solamente con el Diluvio en tiempos de Noé. Así como entonces los hombres habían “corrompido su camino sobre la tierra” de tal manera (Gén. VI, 12) que Dios tuvo que intervenir con el Diluvio para prevenir que absolutamente todos los hombres eligieran ir al Infierno, as í también hoy la corrupción es tan terrible que sólo Dios puede interrumpirla.

Pero los hombres siempre pueden orar, y la oración todavía funciona como nada otro más funciona. Pues es fácil de imaginar cómo en medio de millones y millones de almas volviéndose a Mammon y alejándose de Dios, Él positivamente ve por, y escucha a, las cada vez menos almas que se vuelven a Él. La hora es para orar, a través de Su Madre, la oración del Santo Rosario, quince Misterios al día, si esto es razonablemente posible.

Kyrie eleison.

domingo, 5 de junho de 2016

¿Iglesia Abandonada?

Mgr. Williamson
En circunstancias de masiva desesperación
El Salmista enseña confianza en Dios y oración.
Como día tras día el caos aumenta en casi todo y en todos alrededor nuestro, y dentro de la Iglesia parece como si todos estuvieran contra todos, ciertamente es tranquilizador encontrar que el Salmista de tal vez 3000 años atrás clamó a Dios para que viniera en ayuda de Su pueblo, en sufrimiento similar por sus enemigos. Entonces, como ahora, ellos se levantaron en su orgullo contra Él, su orgullo “asciende continuamente”, ellos han hecho todo lo posible para destrozar Su Templo y Su religión, y Él parece haberles otorgado mucho éxito. He aquí el Salmo 73 (74), con notas mínimas de explicación en bastardilla:—

A. ¿Cómo puede Dios estar permitiendo el triunfo de Sus enemigos contra Su propia Iglesia?

[1] ¿Por qué, oh Dios, nos desechas para siempre? ¿Por qué arde tu ira contra el rebaño de tu dehesa? [2] Acuérdate de tu grey (Iglesia católica) que hiciste tuya desde antiguo, de la estirpe que rescataste para hacerla tu herencia; del monte Sion (Iglesia católica) que elegiste para morada tuya. [3] Levanta tus manos contra sus (enemigos de Dios)insolencias para siempre. Todo lo ha devastado el enemigo en el Santuario. [4] Los que te odian rugieron en el recinto de tus asambleas; pusieron sus enseñas por trofeo. [5] Y no respetaron nada (la santidad de Dios), igual en la salida que en lo más alto (puertas y cima del Templo). Talaron alli como quien alza la segur en lo espeso de la selva; [6] y ya con hacha y martillo (Vaticano II) hacen pedazos sus puertas. [7] Entregaron al fuego tu Santuario, profanaron, arrasándolo, el tabernáculo de tu Nombre (Iglesia católica). [8] Decían en su corazón: “Destruyámoslos por completo; hagamos cesar de la tierra todos los días festivos de Dios” (liturgia católica). [9] Ya no vemos nuestras señales, ya no hay profeta, ni queda entre nosotros quien sepa hasta cuán do (Dios ha renunciado. Estamos por nuestra cuenta). [10] ¿Hasta cuándo, oh Dios, nos afrentará el enemigo? ¿Ha de blasfemar siempre tu Nombre el adversario? [11] ¿Por qué retiras tu mano y retienes en tu seno tu diestra?

B. Pero Dios es el Maestro de la salvación, de la historia y de la Naturaleza.

[12] Porque Tú, Yahvé, eres nuestro Rey, el que de antiguo ha obrado la salvación en medio de la tierra. [13] Tú dividiste el mar (Mar Rojo) con tu poder y quebrantaste la cabeza de los dragones (Egipcios) en las aguas; [14] Tú aplastaste las cabezas de Leviatán (Rey Egipcio), y lo diste por comida a las fieras que pueblan el desierto. [15] Tú hiciste brotar fuentes y torrentes, y secaste ríos perennes (de fuerte corriente; por ejemplo Jos. III). [16] Tuyo es el día y tuya la noche; Tú pusiste los astros y el sol. [17] Tú trazaste todos los confines de la tierra; el verano y el invierno Tú los hiciste.

C. Oh Dios, no olvides a tu propio pueblo humilde y aplasta a tus orgullosos enemigos.

[18] Recuérdalo Yahvé: el enemigo blasfema; un pueblo impío ultraja tu Nombre. [19] No entregues al buitre la vida de tu tórtola; no quieras olvidar perpetuamente a tus pobres. [20] Vuelve los ojos a tu alianza(Nuevo Testamento), pues todos los rincones del país son guaridas de violencia; [21] no sea que el oprimido, en su confusión, se vuelva atrás; puedan el pobre y el desvalido alabar tu Nombre. [22] Levántate, Dios, defiende tu causa; recuerda cómo el insensato te insulta continuamente. [23] No te olvides del vocerío de tus adversarios, porque crece el tumulto de los que se levantan contra Ti.


Kyrie eleison.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Comentários Eleison - O SÍNODO DOS BISPOS

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXII (432) - (24 de outubro de 2015):

O SÍNODO DOS BISPOS


A lei de Deus pertence a Deus e não ao homem.
Este deve, com Cristo, bem obedecê-la em Seu nome.
 
Quando foi aberto em Roma, no dia 4 de outubro, o encontro de três semanas de bispos católicos de todo o mundo para discutir questões relativas à família, muitos católicos temeram que isto abalasse a doutrina moral imutável da Igreja, principalmente porque o Papa Francisco está muito determinado a se aproximar do imoral homem moderno. Contudo, católicos de mentalidade tradicional se sentiram encorajados pelo surgimento de uma substancial resistência, antes e durante o Sínodo, da parte de muitos prelados da Neoigreja que se opõem a qualquer tipo de abalo. Somente amanhã os resultados do Sínodo serão conhecidos, mas certas coisas já estão claras, quaisquer que sejam eles.

Em primeiro lugar, ninguém pode dizer que não sobrou nada de católico na Igreja Católica oficial. O conciliarismo pode até ter infectado a fé e a moral de muitos, mesmo as de seus prelados, mas afirmar que todos são completamente corruptos é uma grave injustiça e uma exagerada simplificação. Está claro que alguns deles estão fazendo o melhor que podem para defender a lei moral de Deus.

Em segundo lugar, contudo, estes bons homens (nesta perspectiva) estão lutando a partir de um posicionamento frágil, porque o dogma é o fundamento da moral, e com o Vaticano II a Neoigreja abandonou-o. O dogma fundamenta a moral porque, por exemplo, se Deus, o Céu e o Inferno (dogma) não existem, que dever teria eu de obedecer aos Dez Mandamentos (moral)? O Vaticano II, por meio de sua Declaração sobre a Liberdade Religiosa, destruiu o dogma, porque se ele ensina que um Estado deve reconhecer que todos os seus cidadãos têm o direito de praticar publicamente a religião de sua escolha, então Jesus Cristo não pode ser Deus. Porque, se ele é Deus, então o Estado (procedendo de Deus tanto quanto os homens que o compõem) não poderia garantir tal direito às religiões que negam que Jesus seja Deus. Conceder tal direito é implicitamente negar que Jesus seja Deus. Portanto, 50 anos antes do Sínodo, o Vaticano II abalou de antemão todos os subsequentes defensores da moral cristã, por mais que fossem homens decentes, ao menos que eles repudiassem o Vaticano II.

É por isto que, em terceiro lugar, como argumenta John Vennari (ninguém precisa concordar com tudo o que fala), o truque essencial daqueles que buscam modificar a moral católica no Sínodo tem sido o “voltar-se para o homem”, base de todo o Vaticano II. Eis o truque: “A Igreja de Deus foi feita para o homem. É verdade que Deus não pode mudar, mas sua Lei deve se adequar ao homem, e a Lei de outrora não mais se adéqua ao homem atual. Logo, aquela Lei deve adaptar-se aos tempos modernos”. Entretanto, a Igreja Católica foi comprada pelo Sangue de Cristo não para rebaixar Deus ao nível dos homens, mas para elevar o homem a Deus e para proporcionar-lhe, através de Cristo, meios para este fim.

Em quarto lugar, como Michael Voris diz (ninguém precisa concordar com tudo o que fala), o Sínodo está repleto de “burburinho de bispos”. Isto porque, para muitos neobispos, a doutrina católica nunca terá sido corretamente ensinada. De fato, é bem provável que eles tenham aprendido que não existe tal coisa como fé imutável. Graças ao Vaticano II, suas mentes estão à deriva, entre a moral e a antimoral de todas as religiões do mundo. Desta forma, não pode causar espanto eles raciocinarem pouco e conversarem fiado.

Em quinto lugar, como um honrado colega da Fraternidade Sacerdotal São Pio X diz (ele foi criticado anteriormente nestes “Comentários”), mesmo se amanhã o Sínodo se encerrasse com conclusões totalmente católicas, ainda assim a lei moral de Deus teria sido abalada pelo mero fato de ter sido questionada em pontos cruciais por muito tempo, pública e oficialmente. Além disso, parece certo que este Sínodo não baseia nem mesmo suas conclusões verdadeiras na verdade objetiva destas, mas no voto dos bispos, o que permite que os liberais retornem no próximo ou em outro ano, de voto em voto, até conseguirem finalmente o que querem. Hoje, o jogo eletivo lhes pertence.

Kyrie eleison.


Tradução por Leticia Fantin Vescovi  Fonte: Beneditinos

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Finalidades Opostas


Arsenius

É sabido que em 1988 D. Lefebvre disse ao então Cardeal Ratzinger que havia entre o trabalho dos tradicionalistas e o das autoridades romanas (e, portanto, também do dito Cardeal) uma fundamental oposição: os primeiros trabalhavam para cristianizar a sociedade e os segundos para descristianizá-la.
É sabido também que D. Lefebvre, a partir de um momento, não quis mais saber de reconhecimento da Fraternidade enquanto as autoridades romanas não se convertessem à Fé de sempre, visto ele haver constatado que seus esforços em tentar reconduzi-las a essa mesma Fé foi inútil.

Mas parece que D. Fellay esqueceu-se desses fatos, ou não os leva em consideração, pois afirma peremptoriamente que procurando o reconhecimento oficial da Fraternidade, está fazendo o que D. Lefebvre sempre procurou. E chegou a afirmar em um círculo restrito que ter que esperar haver um acordo doutrinal com Roma para poder fazer um acordo prático seria “praticamente impraticável”. Ou seja, o acordo doutrinal é de importância secundária.

Ao que parece, D. Fellay julga que colocando-se sob as autoridades romanas atuais vai conseguir continuar a trabalhar em um sentido diametralmente oposto ao destas, esquecendo-se do que D. Lefebvre advertira de que quem faz os subordinados são os superiores, e que, portanto, os subordinados, enquanto querem permanecer sob a obediência daqueles, têm que se submeter à direção que aqueles dão ao seu trabalho. Ou seja, quer queira quer não, a Fraternidade aproximando-se da Roma modernista, vai acabar trabalhando no sentido que os modernistas querem.
Mas um verdadeiro católico pode querer subtrair-se às autoridades legítimas da Santa Igreja sem cair no cisma ou em um espírito cismático? Agora eu pergunto: um filho pode subtrair-se às ordens (e modo de orientar as mesmas) de seu pai? A resposta é sim, se essa atitude paterna leva o filho a ir contra a vontade de Deus, do qual o pai recebeu a autoridade, não para abusar dela, mas para utilizá-la conforme as ordens divinas. Ora, como disse D. Lefebvre, as atuais autoridades de Roma trabalham para descristianizar a sociedade. Portanto, deve-se afastar delas, esperando que voltem a trabalhar como seus antecessores, desde os Apóstolos até antes de a fumaça de Satanás haver entrado no Lugar Santo. Isso não é deixar de ser católico, muito pelo contrário, é permanecê-lo autenticamente. 

A Igreja é o que ela sempre foi: santa. Tudo o que se faz e diz hoje contra a santidade da mesma não é dela e muito menos é ela. São homens com cabeças não católicas, que ocupam cargos de autoridade, mas que, enquanto agem e falam o erro e o mal, não falam e não agem em nome da Igreja. Seria uma blasfêmia dizê-lo.

Infelizmente, ao que parece, há na Tradição um grupo que já não “concorda muito” com as palavras de D.Lefebvre, que aduzimos acima, e outro que, sim, concorda, mas cala-se “esperando o que vai acontecer”, sem se dar conta de que já está acontecendo...

Maria Santíssima, nossa esperança, vinde em socorro do povo que Vos pertence!