terça-feira, 18 de agosto de 2009

Novo Arcebispo de Olinda e Recife: "convocar todo povo para a gente construir uma Igreja nova"(???)


Dom Fernando Saburido
OSB



O nosso querido Arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho, o valente e conservador bispo deste Recife, foi “aposentado” e em seu lugar recebemos um outro, um tanto disposto a destruir toda a obra que Dom José desempenhou para consertar as trágicas ações de Dom Elder, conhecido pelo seu socialismo transvertido de teologia.


As declarações deste novo Arcebispo são inteiramente escandalosas, e não quero comentar por sentir muita dor com estas declarações e com a escolha do Papa para nossa Arquidiocese.


É verdadeiramente uma pena as declarações abaixo virem de um príncipe da Igreja, de um Arcebispo!


Se São Bento observasse os dias atuais o que diria desse seu filho DOM FERNANDO SABURIDO? Triste um bispo querer construir uma “igreja nova”. Típico molde implantado pelo Concílio Vaticano II!


Entrevista concedida ao Diário de Pernambuco no dia 16/08/09. Os sublinhados são meus, o fiz naquilo que considero um absurdo diante da Fé Apostólica.




Como o senhor vê a expansão do segmento evangélico e qual o instrumento que será usado para resgatar o rebanho católico?
Eu acho que, sem dúvida, missões populares vão ajudar a combater a evasão religiosa. Esse é um problema seriíssimo. Mas, eu sempre afirmo que as pessoas que abandonam a fé católica não eram cristãos descomprometidos. Uma pessoa que vive a sua fé com responsabilidade dificilmente abandona. Mas é um problema que está ai. O que me preocupa, principalmente, é os que se dizem atualmente sem fé, sem credo nenhum. Isso é uma realidade nova que está crescendo entre nós. O desafio é grande e deverá ser enfrentado com a colaboração de todos, de todo o povo de Deus. Só assim as coisas vão se transformando.

Há possibilidade de encaminhamento do processo de canonização de dom Helder?
Existe a possibilidade, mas é uma coisa que tem que ser bem pensada, temos que ver um momento oportuno para iniciar algo tão grande assim.

Dentro desse trabalho missionário, as minorias vão ter vez? Como o senhor vê o homossexualismo e a adoção de crianças por casais homossexuais?
A Igreja não discrimina ninguém. Todos são bem vindos. Homossexuais, prostitutas, qualquer pessoa que esteja numa situação social aparentemente difícil é aceita na Igreja. O que queremos é aquilo que está no evangelho. Jesus falou para a mulher adúltera: vá e não peque mais. Então, o que nós buscamos é a conversão, mas não há discriminação. Isso é até contraditório. Todos são acolhidos, mas esperamos que eles façam esse esforço para seguir aquilo que a Igreja orienta. Seriam bem vindos, mas seriam recomendados a não praticar. A Igreja defende a união do homem e da mulher. Isso serve para todas as tendências

Qual a avaliação que o senhor faz da gestão de dom José Cardoso?
Dom José Cardoso ficou 24 anos na arquidiocese. Eu tenho por ele muita admiração, muito respeito. Eu não tenho dúvidas que dom José é uma pessoa bem intencionada. Ele sempre procurou fazer o bem, só que às vezes ele era mal interpretado. Dom José ama muito a Igreja e ama muito a eucaristia. Eu aprendi muito com dom José, mas seguirei meu próprio caminho.

Quais as principais diferenças entre o senhor e dom José?
Cada cabeça é um mundo. Eu tenho minhas idéias para colocar em prática, mas não vou esquecer do trabalho dos meus antecessores. Por exemplo, o movimento Pró-Criança que dom José criou aqui é uma coisa muito boa e deve ser valorizada. É um trabalho belíssimo que tem resgatado muitas crianças das ruas e precisa ser estimulado.

Quais as suas prioridades?
Ainda vou definir. Tudo será definido em assembléia. A Igreja trabalha de maneira muito democrática. Vou realizar uma assembleia arquidiocesana para definir isso. Quere convocar todo o povo de Deus para construir uma Igreja nova. Todos nós temos o mesmo objetivo, construir uma Igreja voltada para o povo, principalmente para as pessoas carentes.

O senhor pretende discutir o destino dos 24 padres que foram afastados de suas paróquias?
A assembleia é para discutir assuntos pastorais. Esses problemas particulares a gente vai conversar, cada caso é um caso, vamos conversar pessoalmente, com o coração muito aberto e com muita caridade. Vamos tentar orientar cada situação da melhor maneira possível. À medida que eu for sendo procurado, a gente vai conversando e encaminhando cada caso com muito carinho.

O que o senhor diria para os fiéis, nesse primeiro momento?
Eu diria convocar todo povo para a gente construir uma Igreja nova, a unidade é fundamental diante de tantas dificuldades, precisamos somar forças, todos nós temos o mesmo objetivo que é construir uma Igreja. Todos são importantes nesse processo. Precisamos dar passos significativos em relação à evangelização.


O senhor decidiu morar no seminário…
Eu sou beneditino, eu fui formado no mosteiro aqui, então decidimos que eu viria para cá nesse primeiro momento, mas eu não vou ficar morando no mosteiro, não. Eu pretendo trazer a cúria, que fica na Várzea, para o Palácio dos Manguinhos, que fica mais central, e tentarei transformar o seminário da Várzea em um Centro de Pastoral. Mas tudo isso não está determinado, vamos conversar ainda. A gente precisa investir no seminarista. A missão de qualquer bispo é dar atenção especial ao seminário. E eu já vou morar no seminário. Vai ser uma coisa boa para conhecer melhor os seminaristas. Como está a realidade do seminário.

A sua gestão será mais conservadora ou a teologia da libertação ainda está muito viva?
O evangelho é libertador, não se entende uma interpretação diferente do evangelho. O evangelho não é para oprimir ninguém. Vou trabalhar essa linha. Se o evangelho não nos proporcionar essa mudança, estamos perdidos. Queremos orientar a arquidiocese nessa direção (da libertação). Realizar trabalhos concretos, profundos de reflexão, e colocar a palavra de Deus em prática.

Qual
a possibilidade de termos igrejas mais abertas durante o dia?

Isso é importantíssimo. Não se entende igrejas fechadas. As pessoas precisam de espaços para sentar, refletir, conversar. Isso eu defendo há muito tempo: organizar a arquidiocese para ter sempre alguém nas igrejas para recepcionar os fiéis. Isso é só uma questão de organização. Existe o perigo e a insegurança, mas se a comunidade se organizar dá para contornar esses problemas.

O que o senhor acha da Renovação Carismática?
A renovação é um movimento aprovado pela Igreja. É um seguimento. Existe um documento da CNBB que orienta, dá diretrizes a esse movimento, e a gente vai segui-lo. Só não podemos escandalizar. Às vezes a renovação carismática faz algo que as pessoas não entendem. Por exemplo, a oração em línguas, tem muita gente que critica isso. Mas, para as pessoas que participam do movimento é algo ótimo. A gente só vai tentar não lançar mão desses recursos sempre, para as pessoas que não concordam ou não entendem não se escandalizarem. Os carismáticos são muito importantes para Igreja. Veja a questão da evasão religiosa, eles têm ajudado muito com suas pregações.


Houve toda aquela polêmica com relação à menina que fez um aborto. Se o senhor tivesse na pele de dom José, naquela época, qual sua atitude diante do caso?
A Igreja é muito clara com relação à questão do aborto. A Igreja defende a vida em qualquer circunstância. Todo mundo sabe disso. Isso é o que eu tentaria colocar em prática. O que tumultuou muito foi o fato de dom José ter citado o direito canônico que quem pratica um aborto conscientemente está fora da igreja. A imprensa pegou isso e só falava nessa história. Mas, na verdade, o que é importante é a defesa da vida. Eu tentaria evitar o aborto, com certeza, e motivar os pais para que tivesse mais um pouco de paciência, para tentar salvar a vida. Tudo isso precisaria ser visto, inclusive o risco de vida da criança, mas também há técnicos que acham que houve precipitação ao fazer o aborto. Ninguém excomunga ninguém. O que dom José citou foi um Canon que diz: quem faz isso fica automaticamente fora da comunhão da igreja.


Fonte na íntegra: http://www.diariodepernambuco.com.br/vidaurbana/especiais/dom_fernando/nota.asp?materia=20090816134657&assunto=118&onde=VidaUrbana

Um comentário:

  1. Não se entende igrejas fechadas. As pessoas precisam de espaços para sentar, refletir, "conversar". Conversar na igreja?

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