quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Comentários Eleison - O SÍNODO DOS BISPOS

Comentários Eleison - por Dom Williamson
CDXXXII (432) - (24 de outubro de 2015):

O SÍNODO DOS BISPOS


A lei de Deus pertence a Deus e não ao homem.
Este deve, com Cristo, bem obedecê-la em Seu nome.
 
Quando foi aberto em Roma, no dia 4 de outubro, o encontro de três semanas de bispos católicos de todo o mundo para discutir questões relativas à família, muitos católicos temeram que isto abalasse a doutrina moral imutável da Igreja, principalmente porque o Papa Francisco está muito determinado a se aproximar do imoral homem moderno. Contudo, católicos de mentalidade tradicional se sentiram encorajados pelo surgimento de uma substancial resistência, antes e durante o Sínodo, da parte de muitos prelados da Neoigreja que se opõem a qualquer tipo de abalo. Somente amanhã os resultados do Sínodo serão conhecidos, mas certas coisas já estão claras, quaisquer que sejam eles.

Em primeiro lugar, ninguém pode dizer que não sobrou nada de católico na Igreja Católica oficial. O conciliarismo pode até ter infectado a fé e a moral de muitos, mesmo as de seus prelados, mas afirmar que todos são completamente corruptos é uma grave injustiça e uma exagerada simplificação. Está claro que alguns deles estão fazendo o melhor que podem para defender a lei moral de Deus.

Em segundo lugar, contudo, estes bons homens (nesta perspectiva) estão lutando a partir de um posicionamento frágil, porque o dogma é o fundamento da moral, e com o Vaticano II a Neoigreja abandonou-o. O dogma fundamenta a moral porque, por exemplo, se Deus, o Céu e o Inferno (dogma) não existem, que dever teria eu de obedecer aos Dez Mandamentos (moral)? O Vaticano II, por meio de sua Declaração sobre a Liberdade Religiosa, destruiu o dogma, porque se ele ensina que um Estado deve reconhecer que todos os seus cidadãos têm o direito de praticar publicamente a religião de sua escolha, então Jesus Cristo não pode ser Deus. Porque, se ele é Deus, então o Estado (procedendo de Deus tanto quanto os homens que o compõem) não poderia garantir tal direito às religiões que negam que Jesus seja Deus. Conceder tal direito é implicitamente negar que Jesus seja Deus. Portanto, 50 anos antes do Sínodo, o Vaticano II abalou de antemão todos os subsequentes defensores da moral cristã, por mais que fossem homens decentes, ao menos que eles repudiassem o Vaticano II.

É por isto que, em terceiro lugar, como argumenta John Vennari (ninguém precisa concordar com tudo o que fala), o truque essencial daqueles que buscam modificar a moral católica no Sínodo tem sido o “voltar-se para o homem”, base de todo o Vaticano II. Eis o truque: “A Igreja de Deus foi feita para o homem. É verdade que Deus não pode mudar, mas sua Lei deve se adequar ao homem, e a Lei de outrora não mais se adéqua ao homem atual. Logo, aquela Lei deve adaptar-se aos tempos modernos”. Entretanto, a Igreja Católica foi comprada pelo Sangue de Cristo não para rebaixar Deus ao nível dos homens, mas para elevar o homem a Deus e para proporcionar-lhe, através de Cristo, meios para este fim.

Em quarto lugar, como Michael Voris diz (ninguém precisa concordar com tudo o que fala), o Sínodo está repleto de “burburinho de bispos”. Isto porque, para muitos neobispos, a doutrina católica nunca terá sido corretamente ensinada. De fato, é bem provável que eles tenham aprendido que não existe tal coisa como fé imutável. Graças ao Vaticano II, suas mentes estão à deriva, entre a moral e a antimoral de todas as religiões do mundo. Desta forma, não pode causar espanto eles raciocinarem pouco e conversarem fiado.

Em quinto lugar, como um honrado colega da Fraternidade Sacerdotal São Pio X diz (ele foi criticado anteriormente nestes “Comentários”), mesmo se amanhã o Sínodo se encerrasse com conclusões totalmente católicas, ainda assim a lei moral de Deus teria sido abalada pelo mero fato de ter sido questionada em pontos cruciais por muito tempo, pública e oficialmente. Além disso, parece certo que este Sínodo não baseia nem mesmo suas conclusões verdadeiras na verdade objetiva destas, mas no voto dos bispos, o que permite que os liberais retornem no próximo ou em outro ano, de voto em voto, até conseguirem finalmente o que querem. Hoje, o jogo eletivo lhes pertence.

Kyrie eleison.


Tradução por Leticia Fantin Vescovi  Fonte: Beneditinos

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Finalidades Opostas


Arsenius

É sabido que em 1988 D. Lefebvre disse ao então Cardeal Ratzinger que havia entre o trabalho dos tradicionalistas e o das autoridades romanas (e, portanto, também do dito Cardeal) uma fundamental oposição: os primeiros trabalhavam para cristianizar a sociedade e os segundos para descristianizá-la.
É sabido também que D. Lefebvre, a partir de um momento, não quis mais saber de reconhecimento da Fraternidade enquanto as autoridades romanas não se convertessem à Fé de sempre, visto ele haver constatado que seus esforços em tentar reconduzi-las a essa mesma Fé foi inútil.

Mas parece que D. Fellay esqueceu-se desses fatos, ou não os leva em consideração, pois afirma peremptoriamente que procurando o reconhecimento oficial da Fraternidade, está fazendo o que D. Lefebvre sempre procurou. E chegou a afirmar em um círculo restrito que ter que esperar haver um acordo doutrinal com Roma para poder fazer um acordo prático seria “praticamente impraticável”. Ou seja, o acordo doutrinal é de importância secundária.

Ao que parece, D. Fellay julga que colocando-se sob as autoridades romanas atuais vai conseguir continuar a trabalhar em um sentido diametralmente oposto ao destas, esquecendo-se do que D. Lefebvre advertira de que quem faz os subordinados são os superiores, e que, portanto, os subordinados, enquanto querem permanecer sob a obediência daqueles, têm que se submeter à direção que aqueles dão ao seu trabalho. Ou seja, quer queira quer não, a Fraternidade aproximando-se da Roma modernista, vai acabar trabalhando no sentido que os modernistas querem.
Mas um verdadeiro católico pode querer subtrair-se às autoridades legítimas da Santa Igreja sem cair no cisma ou em um espírito cismático? Agora eu pergunto: um filho pode subtrair-se às ordens (e modo de orientar as mesmas) de seu pai? A resposta é sim, se essa atitude paterna leva o filho a ir contra a vontade de Deus, do qual o pai recebeu a autoridade, não para abusar dela, mas para utilizá-la conforme as ordens divinas. Ora, como disse D. Lefebvre, as atuais autoridades de Roma trabalham para descristianizar a sociedade. Portanto, deve-se afastar delas, esperando que voltem a trabalhar como seus antecessores, desde os Apóstolos até antes de a fumaça de Satanás haver entrado no Lugar Santo. Isso não é deixar de ser católico, muito pelo contrário, é permanecê-lo autenticamente. 

A Igreja é o que ela sempre foi: santa. Tudo o que se faz e diz hoje contra a santidade da mesma não é dela e muito menos é ela. São homens com cabeças não católicas, que ocupam cargos de autoridade, mas que, enquanto agem e falam o erro e o mal, não falam e não agem em nome da Igreja. Seria uma blasfêmia dizê-lo.

Infelizmente, ao que parece, há na Tradição um grupo que já não “concorda muito” com as palavras de D.Lefebvre, que aduzimos acima, e outro que, sim, concorda, mas cala-se “esperando o que vai acontecer”, sem se dar conta de que já está acontecendo...

Maria Santíssima, nossa esperança, vinde em socorro do povo que Vos pertence!

quinta-feira, 7 de maio de 2015

CASA DE ESTUDOS SANTO ANSELMO




Buscando vocações de jovens para o verdadeiro sacerdócio católico, sem compromisso com a Igreja Conciliar, o Mosteiro da Santa Cruz, situado em Nova Friburgo, oferece aos que se interessarem a possibilidade de receber algo da boa formação e cultura de ontem, a qual não visava à Química, nem à Física, nem à Matemática, nem à Tecnologia, mas sim a conhecimentos mais altos que perfazem a verdadeira sabedoria.

Oferecer-se-ão, para começar, cursos de História, Música, Literatura, Gramática Portuguesa, Catecismo e, sobretudo, Latim. Tentaremos adaptar-nos ao nível dos jovens que se apresentarem. Cada um permanecerá perfeitamente livre para ir-se a qualquer momento, e nada os obrigará a seguir uma vocação religiosa ou sacerdotal.

Trata-se de oferecer-lhes um pouco da boa e clássica cultura cristã, a da Antiga Ordem Mundial, a do Cristo Rei, diametralmente oposta à anticultura da Nova Ordem Mundial.

Os jovens interessados devem contactar o professor Carlos Nougué pelo e-mail carlosnougue@gmail.com .

In nomine Christi,

Dom Tomás de Aquino, OSB.

segunda-feira, 23 de março de 2015

En relación a la consagración episcopal de Jean-Michel Faure.


Simpatizantes de Su Excelencia Monseñor Williamson, sean lectores de los Comentarios Eleison, contribuyentes a la Iniciativa St. Marcel, o de otra manera, han sin duda ya escuchado la noticia de la consagración por parte de Su Excelencia de Monseñor Jean-Michel Faure en el Monasterio de la Santa Cruz en Nueva Friburgo, Brasil, este jueves pasado, Fiesta de San José, 19 de Marzo. La noticia fue, comprensiblemente, revelada sólo relativamente a último minuto de manera a evitar, tanto como humanamente sea posible, cualquier interrupción importuna de la ceremonia o cualesquiera otros problemas que pudieran haber surgido en conjunción con ella.

Sin embargo, ahora que la consagración ha tenido lugar, podemos poner a disposición de los fieles y del mundo entero, el llamado “Mandato de Emergencia” que fue leído durante la liturgia.
Como muchos ya saben, entre las mismas primeras palabras habladas del Rito de Consagración Episcopal, está la declaración hecha al obispo consagrante por su asistente mayor:
“Reverendísimo Padre, nuestra Santa Madre la Iglesia Católica le pide que usted promueva a este sacerdote aquí presente a la responsabilidad del episcopado”.

En respuesta, el obispo consagrante pregunta si el asistente tiene “Mandato Apostólico”.
La respuesta es “Tenemos”, a lo cual el obispo consagrante responde “Que sea leída”.
(Aquellos interesados en más información pueden consultar on-line este útil Ordo Latín e Inglés, extractado del Pontificale Romanum y publicado en 1910.)

Lo que fue leído en la ceremonia del Jueves en respuesta a la inv itación de Monseñor Williamson – sirviendo como lo hizo tanto de una función litúrgica como de explicación pública de la razón fundamental de la ceremonia tal como prevista por los participantes – es lo que sigue. Los lectores pueden estar interesados en saber que sus primeros párrafos siguen muy de cerca el lenguaje usado por el Arzobispo Lefebvre el 30 de Junio de 1988.

MANDATUM APOSTOLICUM

Tenemos un Mandato para consagrar de la Iglesia Romana la cual en su fidelidad a las santas tradiciones recibidas de los Apóstoles nos comanda a transmitir fielmente estas santas tradiciones – a saber el Depósito de la Fe- a todos los hombres por la razón de su deber de salvar sus almas.

Pues ciertamente por un lado las autoridades de la Iglesia de Roma desde el Concilio Vaticano Segundo hasta hoy en día están movidas por un espíritu de modernismo que socava en profundidad la Santa Tradición al punto de torcer la propia noción: Porque vendrá el t iempo en que no soportarán más la sana doctrina, apartarán de la verdad el oído, pero se volverán a las fábulas, como dice San Pablo a Timoteo en su segunda Carta (IV, 3,5). ¿De qué serviría pedir a tales autoridades un Mandato para consagrar un obispo que va a estar profundamente opuesto al error más grave de ellas?

Y, por otro lado, obtener un tal obispo, los pocos Católicos que entienden la importancia de él pueden haber tenido esperanzas, aún luego del Vaticano II, que él proviniera de la Fraternidad San Pío X fundada por el Arzobispo Marcel Lefebvre, como los cuatro que él consagró para ellos en 1988 por un Mandato de emergencia previo. ¡Ay!, cuando las autoridades de esa Fraternidad mostraron por su constante vuelta hacia las autoridades Romanas que ellas estaban tomando el mismo camino modernista, esa esperanza probó ser en vano.

¿De donde entonces pueden estos Católicos fieles obtener los obispos esenciales para la supervivencia de su verda dera fe? En un mundo haciendo la guerra política día a día más sobre Dios y sobre Su Iglesia, el daño para la Fe parece tal que su supervivencia no puede más ser dejada a depender de un único obispo totalmente anti-modernista. La propia Iglesia le pide a él nombrar un asociado, que será el Padre Jean-Michel Faure.

Por esta transmisión del poder episcopal de las Ordenes, no se asume ni se otorga poder episcopal de jurisdicción y tan pronto como Dios intervenga para salvar Su Iglesia, que ya no tiene más esperanza humana de rescate, los efectos de esta consagración y de su Mandato de emergencia serán sin dilación puestos de vuelta en las manos de un Papa una vez más totalmente Católico.